Cara de pau


Ministro da Saúde insiste em negar quebra de acordo em emenda do Mais Médicos, reprovam deputados

“Estou estarrecido ao ver que, no governo da presidente Dilma, os ministros ou são mentirosos ou são cínicos”. A crítica foi feita no plenário da Câmara nesta sexta-feira (25) pelo deputado César Colnago (ES), sobre a Equebra de acordo pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na MP do Mais Médicos. Após o veto da presidente Dilma à emenda do PSDB que estabelecia carreira médica específica, o ministro negou que tenha feito acordo com parlamentares.

O tucano explica que o ministro entrou em contato com o deputado Marcus Pestana (MG) para avançar nas negociações. “Fizemos um acordo para se fazer concurso público, depois de três anos, e carreira nacional para os médicos. O ministro, na maior cara de pau, vem dizer que não houve o acordo. Como pode um ministro de Estado, que tem fé pública, mentir dessa forma?”, questionou Colnago.

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Em nota divulgada na quinta-feira (24), o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), afirmou que o ministro tenta desviar o foco da discussão em torno do veto à carreira médica. “A emenda condicionava a permanência no programa à admissão à carreira médica para todos os profissionais, estrangeiros ou não. O ministro prefere restringir a questão aos intercambistas e se eximir do não cumprimento do acordo”, afirmou

Colnago declarou que o PSDB continuará na luta por mais médicos, dentistas, enfermeiros e outros profissionais da saúde no interior do país. “A saúde hoje é uma equipe com 14 categorias. Ela precisa de uma estrutura física no interior, de estrutura tecnológica de exames e espaço para desafogar o número de cirurgias de que precisamos”, explicou o parlamentar.

Médico de família com residência na área, o tucano ressalta que a atenção básica é essencial, mas sozinha não resolverá os problemas da saúde pública. Problemas de alta complexidade precisam de cirurgias, exames e consultas com especialistas, por exemplo. “Isso é superficial, não vai resolver. É uma falácia e está sendo usada apenas como marco eleitoral”, reprovou.

Em discurso, o deputado Izalci (DF) disse que o Congresso e o governo federal estão entrando em uma fase muito difícil. Ele acredita que futuros acordos para votação na Câmara ficam comprometidos pela falta de confiança na equipe de Dilma. “A partir de agora, qualquer negociação dos partidos de oposição terá que ser feita diretamente com a presidente para não desautorizar seus representantes”, completou.

(Reportagem: Artur Filho/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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25 outubro, 2013 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Cara de pau”

  1. Este Sistema político Presidencialista nos leva a ditadura. É assim desde o golpe de Estado de 1889. Eles chamam de “Proclamação da República.”
    Por que temos que lembrar e comemorar esta data? O que tanto temos a festejar no 15 de novembro, feriado em comemoração à “Proclamação da República”?
    Acredito que os atuais dias da nossa prematura República não são os mais promissores e muito menos os mais admirados pelos brasileiros. Escândalos de corrupção assolam todos os níveis políticos e todos os três poderes da República brasileira. Novos velhos políticos, que antes andaram pela direita, hoje caminham de braços dados com pseudo-comunistas da disfarçada esquerda. Velhos apoiadores da ditadura militar defendem a irrestrita democracia e total liberdade de expressão, enquanto os perseguidos pelo regime totalitário, que colocaram em risco a própria vida em prol da liberdade individual, de imprensa e política são os primeiros a colocar “a liberdade de expressão como o maior problema do Brasil”. Quanta ironia!
    Mas esta “ironia” republicana se arrastou nos seus 124 anos de história. Na escola, com certeza você aprendeu que Marechal Deodoro acordou um belo dia e resolveu “dar liberdade ao povo”, proclamando a República. Mas ninguém lhe contou que o ocorrido não foi uma proclamação e sim um golpe de Estado. Deodoro, era amigo do Imperador, tanto que nem teve a coragem de entregar-lhe a carta de deposição, e confessou anos mais tarde que ter instalado o sistema republicano foi um grande erro. Mas o erro de Deodoro foi repetido por diversas vezes.
    Se perguntarem qual a característica mais marcante desses anos de República, poderíamos responder acertadamente que foi o período com maior número de golpes e contragolpes da história do país. Nunca tantos Presidentes foram depostos por grupos políticos que não concordavam com sua linha de atuação. A marca de nossa história republicana foi a instabilidade, tanto política, quanto econômica. Começou com Deodoro, passou por Getúlio em 1930, outro golpe dele próprio em 1938 quando instaurou o Estado Novo, a sua deposição em 1945 e, por fim, o golpe militar em 1964 do qual ficamos 20 anos sob um regime ditatorial militar.
    Aliás, está aí mais um ponto que aprendemos na escola: a de que a República implantada em 1889 nos trouxe liberdade e democracia. Que ironia!

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