Modelo ruim


Para deputados, baixo interesse por leilão confirma desconfiança de investidores na gestão petista

Mosaico Deputados cópia

Parlamentares do PSDB se manifestaram na tribuna e nas redes sociais sobre o baixo interesse do leilão do pré-sal do campo de Libra, que teve apenas um concorrente. Para tucanos, o resultado reforça que o regime de partilha estabelecido pelo PT causou desconfiança e afastou investidores de peso.

De acordo com o deputado Duarte Nogueira (SP), o amadorismo petista transformou o que parecia ser lucrativo numa incerteza para a própria Petrobras. “Nos últimos anos, ela não tem passado por seu melhor momento: o valor da empresa caiu, a produção estagnou, as dívidas aumentaram e, ainda precisou recorrer à importação de combustíveis de outros países. A Petrobras vem perdendo seu prestígio e agora fica à mercê do desconhecido”, apontou.

Play

O editorial da “Folha de S.Paulo” desta terça-feira (22) relata que há desconfiança quanto à capacidade da estatal brasileira de suportar o desafio. Segundo a Folha, a Petrobras é a empresa não financeira mais endividada do globo, segundo o Bank of America Merril Lynch, com US$ 112,7 bilhões em obrigações – além do compromisso de investir mais de US$ 200 bilhões para ampliar a produção com o pré-sal.

Para o deputado Jutahy Junior (BA), o leilão marcado pela falta de competição fez cair por terra os anseios do Planalto. “O governo dizia que 40 empresas disputariam esta joia da coroa e isto não ocorreu pelo modelo ruim de partilha”, disse.

Antonio Imbassahy (BA) criticou o esquema de segurança montado pelo governo, envolvendo mais de mil homens de Exército, Força Nacional de Segurança e polícias. Ele destacou que a Petrobras está endividada desde 2007, e agora assume mais compromissos financeiros. “O percentual mínimo de 41,65% de óleo destinado à União não foi acrescido. Não houve concorrência. Significa dizer que cerca da metade das reservas provadas de petróleo do Brasil foram leiloadas sem disputa”, afirmou.

Em plenário, diversos deputados também criticaram as contradições de Dilma. Plínio Valério (AM) afirmou que o governo está cantando vitória, mas precisa mesmo é rever o modelo de partilha. “A concorrência internacional é salutar. Transformar um assunto trilionário em conversa de compadres, sem concorrência, é preocupante, e o povo brasileiro, que é o dono desse petróleo, tem que, realmente, ficar preocupado e cobrar do governo mais agilidade e seriedade”, disse.

Ao avaliar a aparição da presidente Dilma em cadeia nacional de rádio e TV comemorando o leilão, Marcus Pestana (MG) disse que há um festival de mentiras, manipulações, informações, abuso de poder e do uso da máquina de comunicação do governo para fazer proselitismo partidário-eleitoral. Para Emanuel Fernandes (SP), a presidente perdeu uma grande ocasião de ficar calada. “O que ela foi falar na televisão? Ela foi ‘desdizer’ o que havia dito durante a campanha. Isso é uma vergonha. É a desmoralização da política”, disse.

Para Vanderlei Macris (SP), o que houve foi uma privatização envergonhada. “É aquilo que o PT não tem coragem de admitir: que a solução dos problemas deste país é o chamamento à iniciativa privada. Mas, privatizaram de forma envergonhada e sem concorrência”, Segundo ele, Dilma mentiu. “Houve uma mentira, um engodo perante a opinião pública sobre a questão da privatização. Eles usaram isso em campanha eleitoral e agora não têm coragem de admitir”, destacou ao lembrar que, em 2010, Dilma disse que seria um crime privatizar o pré-sal, o que fez agora.

(Reportagem: Edjalma Borges/ Fotos: Alexssandro Loyola/Áudio: Elyvio Blower)

Compartilhe:
22 outubro, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *