Cronologia da má gestão


No mês de mais um apagão, governo requenta promessa e vende programa como panaceia do SUS

O governo Dilma faz ampla propaganda  sobre o Mais Médicos, usado como panaceia para os problemas do SUS. Mas deveria explicar também por que não investe devidamente na melhoria dos hospitais país afora e na ampliação das Upas, conforme prometido em 2010. Falando em campanha, o que dizer de uma gestão que requenta promessas não cumpridas? É o que o Planalto fez em agosto no PAC das Cidades Históricas. O mês recém-encerrado também ficou marcado por mais um apagão e pela divulgação de dados preocupantes na economia. Confira os principais fatos.

“Solução” para as mazelas do SUS: o governo Dilma deixa a exigência de qualificação e a preocupação trabalhista em segundo plano e assina acordo para trazer 4 mil cubanos para o país após a baixa adesão de profissionais brasileiros ao “Mais Médicos”. A iniciativa provocou grande polêmica, levando associações profissionais brasileiras a recorrerem à Justiça.

Para tucanos, a tentativa da petista de espalhar profissionais de saúde pelo país a qualquer custo é irresponsável e eleitoreira.  Diante do descumprimento da legislação brasileira e da revalidação de diplomas, o PSDB pediu acompanhamento do programa pelo Ministério Público do Trabalho.  A falta de diálogo com o Congresso e com as entidades de classe brasileiras também foi motivo de polêmica. Não se sabe com precisão, por exemplo, o valor a ser pago aos médicos cubanos. Boa parte do dinheiro ficará com o governo comandado pelos irmãos Castro.

Investimentos no setor patinam: após mais de uma década de governo petista, o SUS pouco avançou. Agora Dilma e seu ministro da Saúde, Alexandre Padilha, acham que vão resolver o problema trazendo de fora médicos que enfrentarão a falta de estrutura em muitos dos municípios onde atuarão.  O descaso do Planalto é tão grande com o setor que as prometidas Upas e unidades básicas de saúde não saíram do papel. Basta lembrar, por exemplo, que sua gestão não gastou 1/5 dos R$ 10 bilhões destinados neste ano a obras de hospitais e compra de equipamentos. Além disso, nada dos R$ 431 milhões previstos no Orçamento para erguer e ampliar unidades de pronto-atendimento (UPAs) saiu do papel.

Mais um apagão: em agosto, mais uma vez uma enorme porção do país ficou às escuras. Mais uma vez, os estados do Nordeste foram as maiores vítimas. Mais uma vez, milhões de brasileiros tiveram suas vidas prejudicadas. Pela nona vez na gestão da presidente Dilma Rousseff, o país afundou num apagão. A petista foi ministra de Minas e Energia de Lula, mas seu legado neste setor é um desastre.  A situação do sistema elétrico nacional está piorando a olhos vistos, como apontam relatórios oficiais. Há falta de planejamento na expansão e modernização do sistema, que mais uma vez mostrou sua vulnerabilidade. Além disso, os investidores enfrentam  a usência de regras claras e estáveis.

PIB poderia ser bem maior: no fim do mês, o Planalto festeja o resultado do PIB do segundo trimestre, que na verdade poderia ter sido muito melhor se o governo fosse mais eficiente, reduzisse os gastos públicos e promovesse reformas estruturantes. O que o governo Dilma também não fala é que a base de comparação foi muito baixa. Além disso, os números espelham uma realidade que ficou para trás. É bom lembrar ainda que os dois primeiros anos da gestão petista foram marcados pelo PIBinho, com crescimento econômico muito abaixo de países vizinhos. Em agosto, o Brasil também amargou forte desvalorização do real e tomou conhecimento de estatísticas nada animadoras, como a queda brusca queda  na geração de empregos para um mês de julho – a pior desde 2003.

2,32%
É a estimativa de crescimento do PIB em 2013, segundo economistas ouvidos pelo Boletim Focus, do BC. No começo do ano o ministro Guido Mantega dizia que  o índice chegaria a 4,5%. De novo vai  errar feio. E Dilma prometeu um “pibão grandão” para este ano. Nada feito.

Haja promessa vazia!: que tal lançar o mesmo programa pela 5ª vez? É o que o governo petista fez com o PAC das Cidades Históricas. Em agosto Dilma esteve em MG para prometer investimentos na recuperação do patrimônio histórico. Pena que nada saia do papel. De 2009 para cá o valor a ser investido – ninguém sabe quando – passou de R$ 890 milhões para R$ 1,6 bilhão. Mas o dinheiro mesmo não sai da burocracia de Brasília. O fato é o que o descaso com o patrimônio histórico se repete nas mais diversas áreas. Onde estão, por exemplo, as 6 mil creches prometidas por Dilma na campanha? Até hoje nem 100 ficaram prontas.

Infraestrutura sofre com paralisia:  onde estão as necessárias obras em rodovias, ferrovias, aeroportos e portos que iriam destravar o desenvolvimento do país e dar mais competitividade a nossos produtos e bem-estar aos brasileiros? Ou elas não existem ou se arrastam por falta de planejamento e de capacidade do governo petista, que não consegue investir recursos próprios (basta citar o PAC) e demora uma eternidade para concluir os processos de concessão para a iniciativa privada. Lançado em agosto de 2012, o Programa de Investimentos em Logística (PIL) completou um ano sem ter realizado um único leilão. Se o cronograma tivesse sido respeitado, 7,5 mil km de rodovias e 10 mil km de ferrovias já deveriam estar com seus projetos em andamento.

10,3%
Foi o percentual de execução do orçamento do PAC para este ano nos sete primeiros meses de 2013.

R$ 1 bi torrados no projeto do trem-bala:  uma despesa injustificável. É desta forma que tucanos avaliam o gasto do governo Dilma com o trem-bala, que novamente teve sua licitação adiada. O montante se refere ao valor gasto com itens como estudos de viabilidade econômica do empreendimento e contratação de consultoria.  Além dessa polêmica, a obra até agora não se mostrou necessária, competitiva ou sustentável. Sem contar o custo: estimados R$ 50 bilhões – dinheiro suficiente para bancar 10 mil km de ferrovias. Falando em estradas de ferro, era para a Oeste-Leste (Fiol), com mais de 1 mil km, ter sido inaugurada em agosto caso a promessa de Lula tivesse sido cumprida.

Reputação da Presidência despenca: no começo de agosto, o Ibope divulgou pesquisa que mostra queda  brusca da reputação do Planalto.  O levantamento mostra que o grau de confiança da população na instituição “presidente da República” caiu de 63 em 2012 para 42 neste ano. Foi a maior queda medida pelo Ibope, tanto em termos absolutos (21 pontos), quanto relativos (33%), nesta rodada. Além disso, desde que Dilma assumiu o governo, há dois anos e meio, a confiança dos brasileiros na figura da presidente já caiu quase 40%. Até a gestão passada, a Presidência era considerada a 3ª instituição mais confiável, atrás apenas dos bombeiros e das igrejas. Hoje, é apenas a 11ª.

Brasil no rumo errado: a maioria dos brasileiros acha que o país está no rumo errado. A avaliação é de pesquisa do Instituto Ipsos destacada em reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" do dia 15. Segundo o levantamento, produzido em julho, são 58% os que identificam a direção equivocada, contra 42% que veem o oposto. A opinião pessimista identificada em julho repete quadro de junho, quando também a maior parte dos entrevistados afirmou que o Brasil estava no caminho errado.

Perdão de dívidas – ditadores agradecem: presidentes de países africanos como Congo-Brazzaville, Gabão, Guiné Equatorial e Sudão que tiveram as dívidas anistiadas pela presidente Dilma Rousseff são investigados por desvio de dinheiro público na Europa e nos Estados Unidos. A petista decidiu perdoar 80% do débito dos ditadores, responsáveis por mais da metade da dívida de R$ 1,9 bilhão de países africanos com o Brasil. O perdão custará R$ 8 a cada cidadão brasileiro.

(Da redação/Charges: Fernando Cabral)

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3 setembro, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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