Cronologia da má gestão


Em julho, pesquisas confirmam queda de popularidade de Dilma e governo não consegue dar respostas

Assim como junho, julho foi um mês para Dilma tentar esquecer. Os mais recentes levantamentos feitos por institutos de pesquisa confirmaram queda brusca da popularidade da petista. Ela não conseguiu dar as respostas esperadas pelos milhares de brasileiros que foram às ruas em defesa de bandeiras como melhores serviços públicos. A obsessão da presidente pelo plebiscito para reforma política não encontrou respaldo na população e no Legislativo. Esse e outros baques deixaram o governo desorientado e surdo às verdadeiras demandas dos brasileiros. Teimosa, a petista se recusa a reduzir a enorme máquina governamental, composta por 39 ministérios, e vislumbra um cenário econômico que só ela vê. Para piorar, o semestre legislativo foi encerrado num clima de crise entre o Planalto e seus "aliados" no Congresso. Confira esses e outros assuntos que marcaram o mês recém-encerrado:

Queda brusca de popularidade: pesquisas divulgadas nas últimas semanas e realizadas por institutos diferentes apresentam o mesmo diagnóstico: o governo da presidente Dilma amarga queda brusca de popularidade. A insatisfação é generalizada de Norte a Sul e entre brasileiros das diferentes faixas de renda. O Ibope, por exemplo, mostra que a aprovação despencou para 31% em julho e parcela expressiva sequer sabe apontar uma marca da atual gestão. Além disso, 49% dos entrevistados desaprovam o modo de governar de Dilma.

Já a pesquisa da CNT realizada pelo instituto MDA também aponta uma redução significativa após os protestos de junho, com avaliação positiva passando de 54,2% para 31,3%. Levantamento do Datafolha divulgado no final de junho já havia registrado queda brutal na imagem positiva da gestão petista – 27 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior. 

Biruta de aeroporto: as recentes idas e vindas do governo Dilma após as manifestações mostram um governo perdido e desorientado. O mais recente recuo envolveu a proposta de ampliar de seis para oito anos o período de graduação em Medicina. Mas também caíram por terra, por falta de apoio nas ruas e no Congresso, a Constituinte exclusiva e o plebiscito visando mudar pontos do sistema político – nestes dois aspectos, a petista tentou dar respostas às legítimas demandas das ruas por melhores serviços desviando o foco e tentando jogando o problema no colo do Congresso, mas acabou o mês passando vexame e não conseguiu dar soluções efetivas aos brasileiros. Além disso, admitiu sua dependência de Lula para governar em entrevista à "Folha de S.Paulo".

Petista se recusa a reduzir ministérios: em 1º/7, Dilma comandou uma reunião com seu gigante ministério. Seria uma ótima oportunidade para tratar do enxugamento da máquina, mas o tema foi solenemente ignorado. Legendas “aliadas” como o PMDB se juntaram à oposição na defesa enfática pela diminuição brusca do número de pastas (39), cuja manutenção custa muito aos cofres públicos. O governo federal possui 984,3 mil servidores, com custo anual de R$ 192,8 bilhões. O custeio de todas as pastas – sem considerar investimentos – é de R$ 611 bilhões. O número de pessoas com cargo comissionado é recorde: 22,4 mil. Estudo da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, destaca que entre mais de 170 países pesquisados, os que se mostraram mais bem administrados possuem entre 19 e 22 ministérios.

Na economia, pura ilusão: em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Dilma mostrou-se alheia à realidade ao apresentar um diagnóstico excessivamente otimista do cenário econômico brasileiro. Para ela, por exemplo, a meta de inflação anual de 4,5% é virtual, pois atingir o teto da banda (6,5% ao ano) virou corriqueiro e normal. Em relação ao PIB, a expectativa do mercado para 2013 é de um crescimento de apenas 2,28%. Enfim, o verdadeiro cenário para este ano é de um país com inflação acima da meta, crescimento baixo, investimentos em queda, juros altos, falta de confiança dos investidores e despesas crescentes do governo.

R$ 1 trilhão
foi a despesa do governo no primeiro semestre do ano – um aumento real de 6,6% em relação ao mesmo período de 2012. Em contrapartida, os investimentos estão estagnados.

Macroestrutura, microresultados: apesar da enorme estrutura, dados sobre a execução orçamentária em áreas essenciais revelam baixos índices de investimento últimos dez anos da gestão do PT. De cada R$ 100 de investimento previsto e aprovado pelo Congresso para cada área, o governo só gastou R$ 39 na Saúde, R$ 49 em Saneamento, R$ 61 em Transportes e R$ 60,5 em Educação. O levantamento foi feito pela ONG Contas Abertas.

Base aliada em frangalhos: a votação da proposta que estabelece a divisão dos royalties do petróleo para a  educação e saúde mostrou mais uma vez o racha na chamada “base aliada” do governo Dilma no Congresso. A crise é tão aguda que naquela sessão do dia 10 o líder do PT na Casa, José Guimarães (CE), foi à tribuna afirmar que a base aliada precisa ser repaginada. “Algo está de cabeça para baixo”, lamentou o petista, que completou, em tom de ameaça: “Quero discutir quem é base e quem não é, quem tem cargo no governo e quem não tem”, completou. O PSDB quer que a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) venha à Câmara dar esclarecimentos sobre a forma de fidelização adotada pelo governo do PT em relação à sua base de apoio no Congresso. O fato é que o semestre legislativo acabou com a crise sem perspectiva de solução.

Prefeitos vaiam Dilma:  menos de um mês após a vaia na cerimônia de abertura da Copa das Confederações, Dilma foi novamente hostilizada, desta vez por prefeitos que vieram a Brasília participar da marcha anual. Tucanos atribuíram a recepção nada calorosa ao descaso com que a gestão petista lida com as cidades.  Uma das principais bandeiras dos gestores municipais – o aumento dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) – foi solenemente ignorada.

Planalto tenta barrar orçamento impositivo: o governo Dilma quer manter controle total da execução do Orçamento da União, mas essa vontade pode cair por terra em breve. A Câmara deve apreciar no começo deste mês a PEC do Orçamento Impositivo, que obrigará o Executivo a liberar recursos de emendas parlamentares. Por ano cada deputado e senador tem direito a indicar R$ 15 milhões – dinheiro usualmente destinados a obras nos municípios. Para deputados do PSDB, a aprovação da PEC colocará  fim à prática da liberação de emendas em troca de votos no Parlamento.

Lambança no Bolsa Família sem culpados: A Polícia Federal concluiu inquérito que investigou o boato sobre o fim do programa Bolsa Família sem apresentar resultado e sem identificar os responsáveis. As informações inverídicas provocaram tumulto em todo o país, prejudicando milhares de famílias beneficiárias do programa. Além disso, estrelas petistas que acusaram irresponsavelmente a oposição não tiveram a humildade de pedir desculpas.

BNDES: má gestão e caixa-preta dos números: o BNDES é mais uma vítima da má gestão que marca o governo Dilma. O patrimônio da instituição de fomento caiu de R$ 75 bilhões, em março de 2011, para R$ 46,7 bilhões em março de 2013 – uma redução de 38%. Os mais de R$ 10 bilhões emprestados pelo banco ao conglomerado do grupo comandado por Eike Batista também chamou a atenção para a falta de transparência nas operações do BNDES.

(Da redação/ Charges: Fernando Cabral – PSDB)
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1 agosto, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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