Fantoche petista


Para Azeredo, presidente ignora problemas de gestão e admite influência excessiva de Lula

O deputado Eduardo Azeredo (MG) criticou nesta segunda-feira (29) o teor da entrevista da presidente Dilma Rousseff publicada pelo jornal "Folha de S.Paulo" no fim de semana. Ao declarar que Lula não vai voltar porque ele nunca saiu do governo, a presidente admite que age o tempo todo à sombra do petista. O tucano lembra que a presidente não chegou ao Planalto por conta das suas propostas, mas graças ao ex-presidente, que moveu mundos e fundos para eleger a sua sucessora. 

Na avaliação do parlamentar, a petista deixou claro que o seu governo é uma continuidade da bagunça deixada pelo seu antecessor. Além disso, também reconheceu que age o tempo todo sob a forte influência de seu padrinho político. São contantes encontros entre os dois, em especial para tratar dos reiterados problemas envolvendo não apenas o governo, mas também o PT e os "aliados". O semestre legislativo, por exemplo, chegou ao fim sem perspectiva de solução da crise envolvendo o PMDB a a gestão petista. 

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“Se Dilma assume que ele continua mandando, ela mesma está passando o ônus de um governo que descumpre o prometido. Além disso, faz com que o Brasil perca a confiança tão duramente conquistada com a estabilidade econômica. Portanto, a presidente está reconhecendo e querendo passar a culpa dos seus problemas para o ex-presidente Lula”, avaliou Azeredo, ex-senador e ex-governador de Minas Gerais.

Durante a entrevista, a presidente reafirmou que não cortará o número de ministérios – atualmente são 39 em funcionamento, um recorde na história brasileira. Para o deputado, ela continua insistindo no erro. “Todos reconhecem e o próprio PMDB defendeu a diminuição da quantidade de ministérios, mas a presidente faz ouvido de mercador, finge não ouvir as vozes das ruas e nem os consideram 39 ministérios um absurdo”, ressaltou, ao lembrar a inexistência de tantas pastas em qualquer democracia mundial.

Alheia à realidade, Dilma negou ainda dificuldades econômicas apontadas inclusive por parlamentares de sua base e pelo próprio Lula, e garantiu que o governo cumprirá a meta de inflação. Para Azeredo, a cada manifestação pública mais fica claro que a presidente está vivendo em um país diferente do Brasil real.

“Estamos vendo a inflação crescer e a manutenção de uma infraestrutura precária, mas ela insiste em dizer que está tudo muito bem. Dilma repete o que fez nos movimentos de junho, quando foi para a TV com soluções estapafúrdias como a realização de um plebiscito", apontou.

Por fim, Azeredo foi enfático: “o que a presidente precisa fazer agora é ouvir e ter humildade. Deveria aproveitar os ensinamentos do Papa Francisco de ser humilde e reconhecer que seu governo tem muito ministério, é indeciso e não está fazendo o bem para o Brasil.”

Petista zomba da inteligência dos brasileiros – Em sua página no Facebook, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), criticou a “obsessão” de Dilma pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, citado pela petista na entrevista, e considerou que Dilma anunciou ao país que “o governo não fará nenhum esforço no sentido de diminuir sua estrutura e, com isso, reduzir o seu custeio”. A petista atacou a gestão de Fernando Henrique no que diz respeito ao controle à inflação fazendo comparações de contextos econômicos totalmente diferentes. 

“Ao insistir em comparar o seu governo com a gestão do ex-presidente, a presidente Dilma zomba da inteligência dos brasileiros ao tratar apenas de números absolutos, ignorando as gigantescas diferenças entre as conjunturas das duas épocas", defendeu Aécio. "O sentimento que fica ao final da entrevista é o de um governo incapaz de novas iniciativas, refém das circunstâncias que o cercam. Enfim, uma gestão que chegou ao seu final de forma extremamente prematura.”

À "Folha.com", o ex-vice-governador de São Paulo e ex-líder do PSDB na Câmara Alberto Goldman foi taxativo: “Lula nunca saiu, e Dilma nunca entrou.” Para o tucano, a petista se “autofirma como um pequeno joguete” ao reconhecer tamanha influência de seu mentor político no seu governo. 

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Charge: Fernando Cabral – PSDB/ Áudio: Elyvio Blower)


 

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29 julho, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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