Solução errada


Entrada de médicos estrangeiros como panaceia para o SUS é grave equívoco, alerta Pestana 

Ex-secretário de Saúde de Minas Gerais, o deputado Marcus Pestana (MG) faz o alerta: apresentar, como fez o governo Dilma, a entrada de médicos estrangeiros como panaceia para o SUS é grave equívoco. "Brasil precisa de mais médicos sim. Mas precisa também da carreira nacional desses profissionais e da desprecarização das relações de trabalho", apontou. O tucano destaca que não tem posição xenófoba, mas considera importante validação do diploma, certificação da capacidade profissional e editais públicos com primazia para brasileiros.

A contratação de profissionais estrangeiros foi objeto de debate acalorado na Comissão de Seguridade Social da Câmara nesta quarta-feira (3). Uma das falas mais polêmicas foi a do deputado Amauri Teixeira (PT-BA), defensor da iniciativa. O petista alegou não ver entre os contrários à ação a mesma ênfase "de condenar quem deixa de dar plantão médico para estar em festinha". A fala provocou reação imediata de parlamentares que participaram do debate no colegiado, que aprovou requerimento dos deputados Eleuses Paiva (PSD-SP) e Mandetta (DEM-MS) que pede a realização de audiência pública para avaliar a entrada de médicos cubanos e de outras nacionalidades sem avaliação do conhecimento (Revalida).

Protestos pelo país – Nesta quarta-feira (3), as manifestações que há duas semanas mobilizam o Brasil ganharam uma cor principal: o branco dos jalecos. Médicos, professores, residentes e estudantes de medicina, juntamente com toda a sociedade participam de protestos contra o baixo investimento do governo brasileiro na saúde pública, em oposição à “importação de médicos estrangeiros” sem a revalidação de diplomas e pela adoção de medidas que permitam o exercício da medicina e a qualificação da assistência.

Cada local tem uma forma específica de mobilização, mas, no geral, os médicos realizam atos públicos e passeatas, além de assembleias. O protesto, que inclui a suspensão do atendimento eletivo na rede pública em alguns municípios, não afeta os atendimentos de urgência e emergência. A organização das atividades está a cargo das entidades médicas regionais. O Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB), Associação Nacional de Médicos Residentes (ANMR) e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) apoiam o movimento.



Os organizadores pretendem mostrar, de forma pacífica, os pleitos da categoria. As entidades argumentam que as medidas anunciadas recentemente pelo governo são inócuas e paliativas, pois não oferecem soluções de longo prazo. Também mostram que o principal problema, o baixo investimento estatal em saúde, continuará sem solução. No Brasil, o Estado responde por 44% dos gastos em saúde, quando em países com sistemas universais como o brasileiro, esse gasto gira em torno de 80%.

(Da redação com informações do CFM/Foto: divulgação – site CNM )

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3 julho, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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