Cronologia da má gestão


Em junho, Dilma amarga queda brusca de popularidade no pior mês do seu governo

A queda de 27 pontos percentuais na avaliação positiva do governo Dilma em apenas três semanas é um indicador claro do que representou o mês de junho para a petista: um verdadeiro pesadelo. Vaiada na abertura da Copa da Confederações, a presidente da República se viu completamente perdida e atônita à medida que os protestos foram ganhando força.

Diante do grito das ruas, ela chegou a defender a instalação de uma Assembleia Constituinte exclusiva para a reforma política, proposta rechaçada prontamente pelos meios jurídico e político. O fato é que Dilma chegou ao final do 30º mês de governo com sua imagem de “gerente” construída pelo marketing desbotada e sem qualquer marca ou feito significativo para mostrar. Até aqui o seu maior “legado” é econômico, com a perversa combinação de PIBinho e inflação elevada. Confira abaixo os principais fatos do mês:

Popularidade despenca: pesquisa Datafolha divulgada no dia 29 revela o desmoronamento da popularidade da presidente Dilma Rousseff, com queda de 27 pontos percentuais da avaliação positiva entre a primeira e a última semana de junho. Foi a maior redução de aprovação de um presidente entre uma pesquisa e outra desde o plano econômico do então presidente Collor em 1990, quando a poupança dos brasileiros foi confiscada. No mês recém-encerrado, a petista perdeu mais de 20 pontos em todas as regiões do país e em todos os recortes de idade, renda e escolaridade.

Para piorar, o levantamento mostra crescente ceticismo dos brasileiros com o futuro. Mais entrevistados acham que a inflação e o desemprego vão subir e o poder de compra dos salários cairá. Os números mostram, portanto, o abismo entre as ações de governo e os anseios da maior parte da população.

Resposta errada às manifestações: ao invés de dar respostas efetivas aos milhões de brasileiros que tomaram as ruas em junho, o governo federal primeiro improvisou uma constituinte restrita, logo abandonada, e agora escolheu como prioridade total a realização de um plebiscito sobre reforma política.

Além disso, após dias de silêncio ao longo do mês a presidente apareceu em cadeia nacional de rádio e TV no dia 21 para defender ações que deveriam ter sido adotadas há muito tempo pelos governos petistas. Exemplo disso é o pacto em prol da mobilidade urbana ao mesmo tempo em que das 167 obras previstas no PAC nessa área apenas duas foram concluídas.

Mais exemplos de gastança: em junho vieram à tona dados que mostram o descaso do governo federal com o dinheiro público. Na Câmara, o PSDB apresentou requerimento de informações para que a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, esclareça os motivos do aumento de 100% no valor das diárias para ministros, servidores e militares durante a Copa das Confederações, no que foi apelidado de “Bolsa Copa”. Já o deputado Izalci (DF) quer saber de dois ministros os gastos do Planalto com cabelo, maquiagem e roupas para os pronunciamentos da presidente em cadeia de rádio e TV. Segundo a “Folha de S.Paulo”,  de dezembro de 2012 a março de 2013, o governo pagou R$ 3.125 em cada preparo com o visual de Dilma antes das gravações – valor muito acima do que ser despendido pela maioria esmagadora da população para se produzir.

Visão econômica fantasiosa: o ministro da Fazenda, Guido Mantega, veio à Câmara e apresentou um cenário completamente diferente daquele vivido hoje pelos brasileiros, constatado por especialistas e demonstrado nas manifestações. Ameaçado de perder o cargo por causa do mau desempenho, o petista afirmou que a inflação está sob controle, assim como as contas do governo. Parlamentares tucanos que participaram da reunião contestaram as declarações do ministro e cobraram medidas para tirar o país da situação de preços altos, maquiagem nas contas públicas, endividamento das famílias e ameaça da estabilidade econômica. Ao longo do mês o Boletim Focus, do BC, deixou claro que a expectativa do mercado para o PIB e a inflação é bem diferente do quadro cor de rosa pintado por Mantega. 

Conflitos em demarcações: durante audiência pública na Comissão de Agricultura, deputados do PSDB cobraram do governo federal políticas públicas com o objetivo de reduzir os conflitos entre índios e produtores rurais, que brigam por terras indígenas em vários estados brasileiros. O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, veio ao Congresso discutir o tema. A atuação da Funai vem sendo muito criticada, assim como a atuação da gestão petista de uma forma geral para levar paz ao campo.

Prisão de agentes da Abin: O PSDB cobrou explicações do governo federal sobre a prisão de quatro agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) suspeitos de espionar o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Tucanos pediram a convocação de autoridades como chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general Jose Elito Siqueira. Para os tucanos, a espionagem tem viés eleitoreiro, pois Campos pode ser candidato à Presidência em 2014.

Irregularidades em aeroportos: a situação dos aeroportos brasileiros resume a dificuldade do governo petista em transformar o discurso em realidade. Superfaturamento, sobrepreço e atraso por falta de projetos executivos são os principais entraves para o avanço de obras nos terminais. Em junho o programa “Fantástico” mostrou que os aeroportos do Brasil são piores do que de países pobres da África, como Mali, Tanzânia e Zimbábue.

(Da redação/Charges: Fernando Cabral)

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2 julho, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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