Rejeição aumenta


Popularidade de Dilma despenca e evidencia insatisfação geral dos brasileiros

A desaprovação do governo da presidente Dilma Rousseff vem crescendo a cada pesquisa realizada. A avaliação positiva da gestão despencou para 30%, de acordo com o último levantamento da Datafolha. Em março, o índice era de 65%, e caiu para 57% no início de junho. Os números refletem a indignação dos brasileiros, que levou milhares de pessoas à ruas em todo o país. A população quer mais ação e menos propaganda. O combate efetivo à corrupção, a melhoria dos serviços públicos em áreas como saúde e a redução da carga tributária são algumas das demandas das ruas que não encontram respostas desejadas no Palácio do Planalto.

No fim de semana, o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), avaliou a queda da popularidade da presidente. Na sua visão, a perda de 27 pontos revela descontentamento generalizado dos brasileiros. “As manifestações tornaram evidente a incapacidade do governo federal de agir e resolver os problemas em áreas como saúde, educação e segurança. Demonstram também que as pessoas estão cada vez mais preocupadas com os rumos da economia porque a inflação segue persistente e o governo não é capaz de controlá-la”, completou.

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Para o líder tucano, a pesquisa indica que os brasileiros estão mais preocupados com a manutenção dos empregos no atual cenário econômico. “Desde o início dos protestos não houve ações efetivas da presidente. Seu discurso é um samba de uma nota só: plebiscito para a reforma política. Não se viu nenhuma providência para melhorar a saúde, a educação ou a segurança pública, para reduzir a inflação e nem melhorar as condições de emprego”, lamentou em seu perfil no Facebook.

Em dezembro do ano passado, 40% dos entrevistados consideravam a saúde o maior problema do Brasil, e agora já são 48%. O número de pessoas que consideram a educação o ponto fraco passou de 11% para 13%. A corrupção, antes indicada por 4%, hoje é vista como a principal falha por 11% do público.

O deputado Nilson Pinto (PA) acredita que a população está acordando. Na sua visão, o governo acreditava ter o controle do movimento popular, mas agora está sentindo na pele a rejeição. “Desde o ano passado a pesquisa mostrava avaliação ruim em todos os setores. A popularidade da Dilma se mantinha elevada porque a população não tinha feito a vinculação de que se o governo vai mal é porque o governante vai mal”, apontou.

Segundo o parlamentar, a queda tem impacto grande na questão eleitoral. “Ficou claro o jogo eleitoral. A eleição está mais aberta. O povo deve se manter vigilante. O governo é inexistente e até agora não conseguiu mostrar sua cara. Só trabalhou com medidas paliativas e não teve um projeto consistente para o país”, finalizou.

Na avaliação do deputado Vaz de Lima (SP), a queda da popularidade está vinculada à economia. “Quem vai ao supermercado sente isso. O movimento serviu para permitir que aflorasse um sentimento na população: medo do desemprego e da inflação”, disse.

Na visão do tucano, a presidente está no caminho errado, quando desvia a atenção só para a questão de um plebiscito sobre a reforma política. “Mais uma vez ela quer desviar o foco. O fato é: o governo não foi bom gestor, não está fazendo a lição de casa no combate à inflação e manutenção do Plano Real, além de não querer cortar ministérios”, acrescentou.

Conforme lembrou, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deixou o governo com 26 ministérios, o ex-presidente Lula pulou para 35 e no governo Dilma já são 39. “Desse jeito não há país que suporte. É uma sangria no bolso do contribuinte por causa dos impostos e o gasto desnecessário com essas atividades, que é só para atender interesses privados. A presidente se perdeu”, concluiu Vaz.

Números

27 pontos percentuais
Foi a queda na avaliação positiva do governo Dilma desde o início dos protestos, no começo de junho.

25%
Dos entrevistados consideram a gestão ruim ou péssima. O número era de 7% em março.

27%
É a atual avaliação positiva da gestão econômica, que já esteve em 49%

A frase:

“O Congresso fez a lição de casa, ainda que tardiamente, na medida em que as respostas às manifestações das ruas, até agora, partiram do Parlamento. A derrubada da PEC 37, a aprovação dos recursos dos royalties do petróleo para educação e saúde, o fim do voto secreto na CCJ e a transformação do crime de corrupção em crime hediondo foram respostas dadas pela Câmara e pelo Senado. Enquanto isso, a presidente dedicou a semana para discutir o plebiscito.”

Líder Carlos Sampaio (SP)

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Antonio Cruz/ABr/ Áudio: Elyvio Blower)

 

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1 julho, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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