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PSDB vai à PGR para garantir investigação sobre laranjas da Delta

O PSDB protocolou na manhã desta quarta-feira (7) representação na PGR (Procuradoria Geral da República) solicitando investigação de prováveis práticas ilícitas em torno de empresas beneficiárias de pagamentos da construtora Delta, cujos sigilos bancários não vieram a ser quebrados em sua totalidade pela CPMI.

A representação é assinada pelos líderes do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE), no Senado, Alvaro Dias (PR), pelo líder da Minoria na Câmara, Antônio Carlos Mendes Thame (SP), e pelos membros tucanos na CPMI – senadores Cássio Cunha Lima (PB) e Cyro Miranda (GO) e deputados Carlos Sampaio (SP), Domingos Sávio (MG), Vaz de Lima (SP) e Vanderlei Macris (SP).

A ação ressalta que “resumidamente, quatro contas bancárias em quatro instituições financeiras diferentes foram usadas pelo esquema criminoso patrocinado pela empresa Delta Construções S/A com o propósito de, a partir de simulações de prestações de serviços ou de entrega de bens, repassar cerca de R$ 421,60 milhões a 18 supostas “fornecedoras” que em torno dela gravitavam. Dessas, apenas seis tiveram o sigilo quebrado pela CPMI”.

Os representantes ainda destacam que até o presente momento não foram sequer apreciados os requerimentos referentes a, pelo menos, 12 empresas “laranjas” e “estando, portanto, claro a falta de interesse em aprofundar-se nas investigações”, restou-lhes a solicitação para que a PGR dê prosseguimento às investigações.

De acordo com o líder Bruno Araújo, diante do bloqueio da base aliada na CPI ao aprofundamento das investigações envolvendo o volume de recursos desviados sobretudo da Delta, é fundamental encaminhar os dados aos órgãos que podem dar prosseguimento às apurações. “Não há segurança de que o relatório final da comissão de inquérito traga essas informações. Independentemente do relatório, que deixou muito a desejar, estamos apresentando ao MP todas as informações que temos”, explicou o líder.

O parlamentar voltou a criticar o rumo levado pela CPI, comandada por aliados ao Planalto. O relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), foi escolhido a dedo pelo governo da presidente Dilma. “Para eles foi mais importante discutir qual era o papel de parede da casa do governador Marconi Perillo do que investigar de fato quais eram as ações danosas da Delta contra o erário. De modo que trazer essas informações aqui ao Ministério Público é dividir com o país as informações que levantamos ao longo de todos esses meses”, reiterou Araújo.

Segundo Carlos Sampaio, a partir do momento em que a base aliada percebeu que a investigação poderia recair contra órgãos ou agentes do governo, as investigações foram interrompidas de forma abrupta. “Isso deixou claro que a intenção da CPI não era apurar profundamente um esquema de jogos ilegais ou agentes políticos, mas sim tentar prejudicar o PSDB e tirar o foco do mensalão. Não conseguiram nem um objetivo e nem outro”, apontou o tucano. “E quando perceberam que efetivamente investigaríamos a Delta como sendo o braço financeiro da organização criminosa e que isso poderia levar ao governo federal simplesmente enterraram a CPI, tirando a finalidade investigativa da comissão e colocando em pauta o interesse do governo, que era acobertar o esquema envolvendo a Delta”, completou.

Confira AQUI a íntegra da representação (em PDF)

(Da redação com informações das assessorias de imprensa da Lideranças do PSDB na Câmara e no Senado / Foto e Vídeo: Hélio Ricardo / Áudio: Elyvio Blower)

Líder destaca ação apresentada ao MP que pede apuração de laranjas da empreiteira Delta from PSDB na Câmara on Vimeo.