Cronologia da má gestão


Em agosto, greve prejudica população e indicadores confirmam “PIBinho” no primeiro semestre

A origem sindical de vários integrantes do governo petista parece não ter contribuído para acelerar as negociações entre Planalto e milhares de servidores públicos que cruzaram os braços em todo o país. Ao longo de agosto, a população e o setor privado pagaram o preço da paralisação. As operações-padrão, por exemplo, provocaram muita irritação em portos e aeroportos. 

No campo econômico, Dilma aceita prorrogar o IPI dos automóveis, mas ameaça vetar a emenda do PSDB que zera tributos da cesta básica. E apesar dos incentivos a determinados segmentos, as previsões são de 2º ano seguido de “PIBinho”, com perspectiva de crescimento inferior a 2%. Além disso, dados do IBGE divulgados nesta sexta colocam o país em posição incômoda no cenário mundial. A cronologia aponta outros exemplos de má gestão e incompetência. Confira:

Paralisação provoca transtornos: população e empresas ficaram reféns de um longo impasse provocado pelo embate entre os mais de 350 mil servidores públicos em greve e o governo Dilma. Com dificuldades para negociar, a gestão petista demorou semanas para tentar encontrar um meio termo entre a necessidade de preservar as contas públicas e atender demandas das categorias.

Enquanto isso, operações-padrão promovidas por funcionários em greve levaram o caos a estradas, portos e aeroportos. Anvisa, Polícia Federal e Receita Federal são exemplos de órgãos que paralisaram as atividades. Nas universidades, são mais de 100 dias de greve, sendo que 52 das 59 instituições estão paradas. Vale lembrar que ao longo das gestões petistas o número de funcionários públicos saltou de 485 mil para 573 mil, com custo anual beirando os R$ 200 bilhões.

PIBinho de novo: a projeção de analistas do mercado financeiro não é nada boa para o país e mostra queda contínua das projeções para o “crescimento” da economia em 2012. O último levantamento captado pelo boletim Focus do Banco Central aponta expansão de somente 1,73%. Essa foi a quarta revisão seguida, para baixo, na projeção dos especialistas. Nesta sexta (31) o IBGE divulgou que o PIB brasileiro cresceu 0,4% no 2º trimestre na comparação com o 1º. Com esse indicador, o país perde para nações como Chile (1,6%), China (7,6%) e EUA (1,7%). Ou seja, o primeiro semestre foi praticamente perdido, fazendo com que a gestão petista alcance mais uma marca negativa: o Brasil vive o pior ciclo de crescimento desde o Plano Real.

Indústria vai mal: os indicadores do IBGE divulgados no último dia do mês mostram que as medidas de estímulo ao setor industrial não atingiram os resultados desejados. O setor registrou queda de 2,5% do primeiro para o segundo trimestre de 2012, no pior desempenho desde primeiro trimestre de 2009.

Mensalão e o silêncio do Planalto: o julgamento dos mensaleiros foi acompanhado com atenção pelos brasileiros. Mas a ordem no Planalto era fingir que nada estava acontecendo. A ordem da presidente Dilma foi manter o governo distante da decisão do STF sobre o escândalo, que tem como protagonistas vários “companheiros” da petista. No dia 3, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que o esquema do mensalão funcionava “entre quatro paredes” do Palácio do Planalto. O julgamento prosseguiu ao longo de todo o mês com condenações em série, inclusive de uma figura importante no PT, o deputado João Paulo Cunha.

Maior estatal do país no vermelho: maior empresa do país, a Petrobras produziu um prejuízo histórico. Ou seja, o governo petista conseguiu a façanha de transformar uma gigante numa companhia deficitária. O prejuízo no segundo trimestre foi de R$ 1,3 bilhão. Analistas ouvidos pela imprensa criticam o uso da Petrobras como instrumento de governo. Na verdade, a interferência indevida está levando a empresa ao fundo do poço. Sob o comando do PT, a Petrobras tornou-se exemplo de mau negócio no mundo. Só neste ano, já perdeu mais de R$ 26 bilhões em valor de mercado.

Privatização com atraso: no dia 15, o governo lançou, com atraso, um programa de concessões para ampliar investimentos em rodovias e ferrovias. A providência é cobrada há anos pelo PSDB, e a demora custa caro para o país. Segundo estudo divulgado pelo site Contas Abertas, cerca de R$ 50 bilhões deixaram de ser aplicados em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos nos últimos anos. O valor resulta da diferença entre as dotações autorizadas no Orçamento da União e os montantes efetivamente pagos. Resta esperar que o Planalto consiga efetivamente destravar os investimentos em setor tão essencial ao país.

Vítimas da seca e de enchentes sofrem: levantamento da Assessoria de Orçamento da Liderança do PSDB na Câmara mostra a lentidão do governo petista na execução de recursos para combater secas e enchentes. Para tentar minimizar o problema, o governo federal editou, entre 24 de abril e 5 de junho, três medidas provisórias que liberam créditos extraordinários no valor total de R$ 1,7 bilhão com essa finalidade. Uma delas é a MP 569, aprovada dia 22 pelos deputados. Até aquela data, apenas 25% dos recursos tinham efetivamente saído do papel.

Planalto atrasa tramitação do PNE: em manobra articulada pelo Planalto, a Liderança do Governo na Câmara apresentou recurso para atrasar a tramitação do Plano Nacional de Educação, que estava pronto para seguir para o Senado. O que mais incomoda a gestão petista é a destinação de 10% dos recursos do Produto Interno Bruto para a educação. Os movimentos sociais também se manifestaram contra o recurso. Para a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, por exemplo, o recurso petista é uma irresponsabilidade, pois atrasa ainda mais a implantação das estratégias e o cumprimento das metas.

Pesca: má gestão sem fim: pasta com pouca expressão política, o Ministério da Pesca só aparece negativamente no noticiário. Como se não bastasse ter encomendado por R$ 31 milhões lanchas sem destinação, em agosto veio à tona a informação de que o órgão torrou R$ 37,4 milhões em máquinas de gelo que ficaram encalhadas nos fabricantes. A constatação é do Tribunal de Contas da União, que multou nove gestores do ministério por irregularidades nos contratos para a aquisição dos equipamentos. Desde que foi criado pelo governo Lula em 2003, o ministério não trouxe resultados efetivos.

Cultura pede socorro: a situação do Ministério da Cultura é tão crítica no governo petista a ponto de a titular da pasta, Ana de Hollanda, ter encaminhado à chefe do Planejamento uma carta na qual alerta para sérios problemas de recursos humanos e de deterioração de importantes prédios históricos. Nem a Biblioteca Nacional resiste à má gestão. O prédio sofre com vazamentos no telhado, rachaduras nas paredes e instalações elétricas indevidas, de acordo com reportagem do jornal “O Globo”. Tesouros da história brasileira, como a coleção de fotografias de D. Pedro II, podem se perder caso não sejam tomadas atitudes urgentes.

(Da redação/ Fotos: José Cruz – Agência Brasil e Nelson Junior-STF)

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31 agosto, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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