Cronologia da má gestão


Em abril, problemas de gerenciamento em programas federais ficam ainda mais evidentes

Mês após mês vem à tona todo tipo de problema em políticas públicas executadas pelo governo Dilma. Da lentidão do PAC ao abandono de lanchas-patrulha compradas de forma suspeita pelo Ministério da Pesca; das dificuldades de conservar as rodovias federais à timidez do programa de “incentivo” à indústria. Exemplos que marcaram abril e são destaque em mais um capítulo da cronologia da má gestão de Dilma. Confira:

PAC se arrasta: lançado em 2007, o Programa de Aceleração do Crescimento confirma sua fama de mera peça de propaganda. Conduzido ao longo do governo Lula por Dilma Rousseff, apelidada pelo seu padrinho político de “mãe do PAC”, o “pacote” de obras não consegue sair do papel. Das obras de transposição das águas do rio São Francisco (foto ao lado) à ferrovia Transnordestina, o que se vê é lentidão e paralisia. De acordo com reportagem de “O Globo”, as maiores obras de infraestrutura do país têm atraso de até 54 meses em relação ao cronograma original. Na área de saneamento, por exemplo, dos R$ 40 bilhões anunciados pelo Planalto, apenas R$ 1,5 bilhão haviam sido aplicados até o final de 2010. Com essa realidade, bem que o PAC poderia ser rebatizado para “PACderme”.

0,8%
foi o percentual executado até 13 de abril no Orçamento da União para o PAC em 2012: R$ 326 milhões de um total de R$ 42,5 bilhões.

Planalto tenta blindar queridinha do PAC: temendo a revelação de “malfeitos” envolvendo a construtora Delta – principal empreiteira do PAC, Dilma trabalhou para que a CPI do Cachoeira não saísse do papel. A base aliada chegou a ensaiar uma operação-abafa, mas a pressão da opinião pública impediu o engavetamento sumário da comissão de inquérito.

No dia 25 o colegiado começou as investigações, tendo a empreiteira preferida do Planalto para tocar as obras do PAC como um dos alvos das apurações, apesar de o PT já ter admitido que tentará blindar a construtora na CPI.  No Congresso, chamou a atenção a demora da CGU para determinar investigação em irregularidades descobertas em contratos com a Delta ainda em 2010. E como afirmou o cientista político José Álvaro Moisés em entrevista ao “Estadão” publicada no dia 29,  o PT “deu um tiro no pé” ao apostar que a CPI pode ofuscar o julgamento do mensalão no STF, previsto para ocorrer neste semestre.

R$ 3 bilhões
é quanto a empreiteira Delta recebeu por supostos serviços prestados em obras do PAC desde 2007. O montante coloca a empreiteira como líder nos repasses do principal programa de infraestrutura do governo petista.

Pacote insuficiente para a indústria: o pacote anunciado pela presidente Dilma Rousseff para tentar reverter o quadro de desindustrialização enfrentado pelo país não agradou ninguém: empresários e sindicalistas consideraram as propostas insuficientes e limitadas. Sem coragem para fazer as reformas estruturais necessárias para aumentar a competitividade do país no cenário internacional, a petista optou mais uma vez por medidas pontuais, comprovando a falta de visão estratégica da atual gestão. No dia 4, milhares de pessoas participaram, em São Paulo, do Grito de Alerta contra a desindustrialização e pelo emprego. (foto ao lado)

Mais uma bola fora do Ministério da Pesca: patinho feio da Esplanada,  o Ministério da Pesca só aparece no noticiário envolvido em algum escândalo, pois nada se destaca em suas atividades de rotina. Desta vez veio à tona um esquema que mostra de forma cristalina o modus operandi do governo do PT: emendas parlamentares apresentadas para outras finalidades teriam sido desviadas para a compra de 28 lanchas-patrulha no valor de R$ 31 milhões. Já a empresa que forneceu as embarcações teria sido pressionada a doar R$ 150 mil para a campanha petista em Santa Catarina. Para piorar, várias das lanchas estão paradas.

Diante do desmando, o Tribunal de Contas da União abriu processo para tentar recuperar o dinheiro desviado. O rolo é tão constrangedor a ponto de o ex-ministro da Pesca Luiz Sérgio ter classificado de “malfeito” a doação da empresa para a campanha da então candidata Ideli Salvatti, que perdeu a disputa. No dia 11 a Comissão de Fiscalização da Câmara aprovou requerimento do PSDB para que a petista explique a aquisição das lanchas.

Estradas em mau estado: quem pegou a estrada no feriado da Páscoa pôde constatar o mau estado em que se encontram as rodovias federais. Auditoria do TCU divulgada em abril revelou, por exemplo, que 6.612 viadutos e pontes estão abandonados. Enquanto os problemas se acumulam, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes encontra-se paralisado há meses. O órgão público não tem conseguido sequer tocar novas contratações para manutenção rodoviária. Enquanto isso, milhares de motoristas arriscam suas vidas diariamente nas perigosas rodovias federais.

Além disso, promessas de campanha de Dilma no setor permanecem no papel ou atrasadas. É o caso da duplicação da BR-381, entre Belo Horizonte e Governador Valadares, que há anos não sai da fase de projeto. As melhorias na BR-135 no Maranhão e na BR-101 em Pernambuco também não andam.

Problemas no Ciência sem Fronteiras: lançado ano passado pelo governo Dilma, o “Ciência sem Fronteiras” amarga problemas. Criado com  o objetivo de acelerar a internacionalização do ensino superior e estimular a formação de mão de obra qualificada para centros de pesquisa e inovação científica, o projeto revela falhas por inépcia e excesso de burocracia. Um deles é a falta de pagamento das bolsas a que os estudantes têm direito. Diante das dificuldades, deputados tucanos cobraram oficialmente esclarecimentos do MEC e do Ministério de Ciência e Tecnologia.

Assentamentos sem infraestrutura: anualmente, em abril, os sem-terra promovem ações em todo o país para tentar chamar a atenção para suas bandeiras e demandas. Neste ano, mais uma vez, expressaram decepção com o outrora aliado PT e seu respectivo governo. Também pudera: nunca antes na história se assentaram tão poucas famílias no país: foram 22.021 em 2011, com queda de 45% em relação ao ano anterior, que já havia sido o mais fraco desde 2003. Além disso, as verbas do Incra para assistência técnica deverão cair 70% neste ano. Sem este apoio, a realidade no campo continua duríssima, com baixa produtividade e péssima infraestrutura.

(Da redação/ Fotos: Alexssandro Loyola e Paulo Segura – site da Força Sindical)

Confira AQUI os demais meses da cronologia da má gestão de Dilma

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30 abril, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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