Reformulação necessária


Eduardo Barbosa cobra transparência em método de avaliação do Enem

O deputado Eduardo Barbosa (MG) cobrou nesta quarta-feira (28) transparência quanto aos critérios de pontuação utilizados pelo Inep no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e afirmou que o programa de avaliação precisa passar por uma reformulação. Ontem (27), o Ministério Público Federal no Ceará ajuizou mais uma ação contra o teste. O documento pede que os métodos de correção sejam detalhados pelo instituto devido a reclamações de estudantes que se sentiram prejudicados.

O procurador Oscar Costa Filho, responsável pela ação, fez a solicitação depois de receber vários e-mails com queixas de candidatos que não entendem os métodos de pontuação da Teoria de Resposta ao Item (TRI), na qual o exame se baseia. Eles apontaram ainda divergências entre o número de acertos e as notas. Estudantes criaram até um site com críticas ao Enem.

Play
baixe aqui

“Se há um questionamento, temos que ter uma resposta formal que possa ser elucidativa e convincente a todos os interessados e para a sociedade”, defendeu Barbosa.

O tucano lembra que os problemas com o Enem são antigos. Este ano, o mesmo promotor de Justiça pediu a anulação da prova por conta do vazamento de questões em uma escola no Ceará. Nos anos anteriores, várias irregularidades levantaram suspeitas sobre a credibilidade do teste, que é a porta de entrada para o ensino superior para milhões de jovens. “Não podemos ter nenhum descrédito naquilo que é institucionalizado por um órgão de relevância, como o Ministério da Educação. Eu acredito que o Enem precisa passar por uma avaliação de gestão profunda”, alertou o parlamentar.

O deputado acredita que o governo federal precisa se debruçar sobre a gestão da pasta e do certame. Segundo ele, o próximo titular da pasta, que deve passar por uma mudança no início de 2012, deve trabalhar para impedir que os erros se repitam.

Método desconhecido

→ Segundo o procurador que ajuizou a ação contra o Enem, o edital da prova não explica a metodologia adotada, o que abre espaço para “arbitrariedades” na seleção das 95 instituições que se basearão na nota. Pela TRI, método usado, as questões não têm o mesmo peso e o número total de acertos conta pouco na avaliação. As questões são divididas em fáceis, médias e difíceis, e o desempenho do candidato é variável. Diante disso, a ação cobra esclarecimento sobre quais são essas questões, para que os candidatos possam confirmar se a nota divulgada é real.

→ Caso a Justiça Federal conceda liminar favorável, a explicação poderá ser feita genericamente em nota oficial na internet, segundo Costa Filho. O Ministério da Educação e o Inep declararam que só vão se pronunciar na Justiça.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Leonardo Prado/Ag. Câmara/ Áudio: Hélio Ricardo)

Compartilhe:
28 dezembro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *