Sucessão de erros


Tucanos vão cobrar de Haddad explicações sobre falhas no Enem durante audiência

Deputados do PSDB que integram a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle aguardam explicações do ministro da Educação, Fernando Haddad, para as denúncias referentes ao Enem 2011. O gestor participará de audiência no colegiado na próxima quarta-feira (23) para tratar do assunto. O convite é do líder tucano, Duarte Nogueira (SP), e de Vanderlei Macris (SP). A princípio, os parlamentares queriam esclarecimentos sobre a elevação dos gastos para elaboração do certame, mas o surgimento de falhas na aplicação da prova e a acusação de que empresas de fachada teriam sido contratadas para cuidar do sistema digital tornam a reunião ainda mais importante.

O deputado Antonio Imbassahy (BA) recordou que este é o terceiro ano consecutivo em que o Enem apresenta problemas. “O teste está sendo levado ao descrédito e prejudicando milhares de estudantes no Brasil. Eu lamento que esteja acontecendo isso, mas o ministro tem a obrigação de, ao depor, reconhecer essas deficiências e apontar os caminhos para a solução”, defendeu. Caso não mostre uma saída para a sequência de erros, Haddad demonstrará total incapacidade de gerir a pasta, acredita Imbassahy.

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Para Vaz de Lima (SP), além do vazamento de questões, como ocorreu em uma escola no Ceará, as denúncias contra o Inep também são graves. O órgão contratou empresas em nome de laranjas a R$ 26,5 milhões para fazer a segurança da informação.  “É um estelionato, uma bagunça, ninguém está fazendo isso com seriedade. Espero que nessa audiência possamos mostrar que o ministro está fazendo tudo menos cuidar do Enem”, alertou.

Quando Nogueira e Macris apresentaram o convite a Haddad, as falhas sequer haviam ocorrido, mas as suspeitas quanto à organização já existiam. No requerimento, os tucanos destacavam que foi firmado convênio com o Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe), vinculado à Universidade de Brasília, sem licitação para realizar o Enem 2011, ao custo de R$ 372,5 milhões. O valor é três vezes superior ao desembolsado no exame de 2010, R$ 128,5 milhões. A diferença motivou o Tribunal de Contas da União (TCU) a pedir a suspensão do pagamento.

(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Paula Sholl e Ag. Câmara/ Áudio: Kim Maia)

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18 novembro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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