Drama na educação

Líder pede convocação de Haddad e cobra explicações de envolvidos em aplicação do Enem

O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), apresentou requerimento de convocação para o ministro da Educação, Fernando Haddad. Ele pede que o titular explique a contratação do Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe) para realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2011. O valor pago à entidade foi três vezes superior ao total gasto na última edição da prova, sem observância da Lei de Licitações. A imprensa também divulgou que a pasta pagou uma ONG de músicos sertanejos para proteger dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e questões do teste. O documento será votado na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle.

O tucano entregou ainda pedido de convite para que envolvidos na aplicação do Enem esclareçam os problemas ocorridos. Serão chamados a presidente do  Inep, Malvina Tania Tuttman, o empresário André Luis Sousa Silva e o diretor presidente da empresa Módulo, Sergio Thompson Flores.

De acordo com Nogueira, denúncias da mídia revelam que eles estariam diretamente relacionados aos fatos envolvendo o certame, como o vazamento de questões no Ceará. “A sociedade brasileira vem acompanhando e vivendo o drama de seus jovens, submetidos às sucessivas falhas na execução do exame nos últimos anos e novamente no último certame”, explicou.

Na avaliação do líder tucano, diante do aumento de gastos do Ministério da Educação (MEC) nas edições da prova de 2011 e 2012, cujo valor previsto é de R$ 372 milhões, sem licitação, é preciso haver fiscalização. “Causa urgência a necessidade de acompanhar, fiscalizar e, se possível, contribuir na eliminação das falhas que, reiteradamente, vêm acompanhando a realização do Enem em nosso país, causando insegurança e descrédito desta política pública de acesso às universidades na sociedade”, afirmou.

Contrato milionário

→ Segundo o “Correio Braziliense”, em 15 de março deste ano o empresário André Luis Sousa Silva tinha apenas R$ 50,84 em todas as contas bancárias registradas em seu nome. Cinco meses depois, ele ganhou três contratos milionários do Inep, vinculado ao Ministério da Educação, que podem lhe render até R$ 30 milhões.

→ A empresa Módulo, juntamente com o Inmetro, foi responsável pela fiscalização da prova. Ela acompanhou a execução do exame, por meio de um mapeamento de todos os processos do Enem.

(Reportagem: Alessandra Galvão/Foto: Brizza Cavalcante/Ag. Câmara)