Exame fracassa, outra vez


Deputados consideram lamentável série de falhas na aplicação do Enem

Criado pelo governo Fernando Henrique Cardoso para aferir a qualidade da educação, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), sob o comando do PT, ficou marcado por uma série de falhas na sua aplicação e transformou o sonho de milhares de brasileiros em pesadelo, avalia o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP). Nos últimos anos, dados cadastrais de inscritos ficaram expostos na internet, houve cancelamento de prova por vazamento e cadernos de respostas foram trocados.

“Já passou da hora de o Ministério da Educação estancar essa sucessão de trapalhadas”, reprovou. “Na verdade, os responsáveis pela execução deveriam ter a competência avaliada, especialmente o responsável pela pasta, Fernando Haddad.”

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No recente episódio, o MEC decidiu cancelar o teste de 639 estudantes do colégio Christus, de Fortaleza (CE). A pasta reconheceu que um simulado feito pelo estabelecimento, pouco antes do certame, continha questões idênticas às aplicadas para 5,4 milhões de alunos em todo o país. Como consequência, a Polícia Federal investiga o problema e o Ministério Público Federal no Ceará pede a anulação de todo exame.

Apesar de condenar a série de equívocos, o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), não está surpreso. “O que está acontecendo não é exatamente uma novidade. Há tempos, o ministério vem demonstrando sua incompetência para gerenciar a prova”, afirmou. Para ele, o teste perdeu a característica inicial – a de estabelecer parâmetros para avaliação do ensino médio brasileiro.

Para Nogueira, a gestão petista ainda não aprendeu a organizar o Enem, que custou cerca de R$ 240 milhões para ser produzido este ano. “Há prejuízos financeiros e muitos outros reflexos negativos. A confiabilidade é abalada e os alunos, prejudicados”, critica. “O que se espera do governo é que aja com seriedade para com a população que quer se preparar para o futuro.”

Cronologia dos erros

2009 – A prova é adiada devido ao vazamento na gráfica. O caso provocou a saída do então presidente do Inep, responsável pela administração do processo.

2010 – Parte dos gabaritos e enunciados do teste amarelo foi impressa com erros, gerando protestos de estudantes pelo país. Com a medida, 9.500 alunos o refizeram.

No mesmo ano, um aluno de Petrolina (PE) soube pela mãe, que aplicava o Exame na Bahia, o tema da redação. O jovem foi excluído do processo.

Ainda em 2011, mil candidatos foram informados por telefone que o local da prova indicado no cartão de confirmação de inscrição estava errado.

(Da redação / Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil / Áudio: Elyvio Blower)

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27 outubro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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