Investigação


Parlamentares do PSDB cobram clareza e foco nas investigações da CPMI da JBS

Tucanos que integram a comissão mista analisam diagrama com informações sobre envolvidos na denúncia.

Tucanos que integram a comissão mista analisam diagrama com informações sobre envolvidos na denúncia.

Os deputados do PSDB que integram a CPMI da JBS reiteraram a importância de definir com clareza e foco o que a comissão pretende apurar, durante a reunião que aprovou o plano de trabalho apresentado pelo relator, deputado Carlos Marun (PMDB-RS).

Marun sugeriu uma ordem de prioridades para convocações de depoentes, começando por integrantes e ex-integrantes do Ministério Público Federal que atuaram nos acordos de delação e leniência assinados pela JBS. Com o início da Ordem do Dia no plenário, a reunião foi suspensa sem a votação dos requerimentos que estavam na agenda. Nova reunião foi convocada para esta quinta-feira, às 9h.

Autor de mais de 70 requerimentos, o deputado Izalci (DF) defendeu a rápida aprovação daqueles que contenham pedidos e compartilhamento de informações. “Temos pela frente um trabalho árduo para esclarecer a verdade à sociedade brasileira”, afirmou.  Ele reiterou a gravidade da denúncia feita pelos irmãos Batista. “Eles não podem dizer que pagaram propina para 1.890 políticos e ficar assim. É preciso separar o joio do trigo”, afirmou.

O deputado Miguel Haddad (SP) propôs a contratação de consultores externos que se dediquem com exclusividade à CPMI e cobrou do relator um cronograma de trabalho a fim de evitar que tantas informações fiquem dispersas.  O prazo de 120 dias é exíguo e vai exigir uma força-tarefa por parte de senadores, deputados e consultores. Segundo ele, o cronograma funcionará como um norte para que o tempo não impeça o bom desenvolvimento e conclusão das investigações.

Preocupado com as informações veiculadas pela imprensa de que a CPMI seria uma forma de retaliação ao ex-procurador geral da República, Rodrigo Janot, o deputado João Gualberto (BA) cobrou a convocação de políticos envolvidos nas denúncias. Ele reiterou a importância da delação premiada como instrumento para o esclarecimento de muitos casos de corrupção no Brasil. O deputado Rocha (AC) compartilhou a preocupação do colega de partido, acrescentando ter certeza de que todos querem esclarecer as denúncias fartamente veiculadas. “Estou aqui para somar e trabalhar para que essa CPMI mantenha o foco”, afirmou.

Os parlamentares tucanos concordaram com a divisão em blocos dos requerimentos: informações, convocações, convites e abertura de sigilos. O presidente da CPMI, senador Ataídes Oliveira (TO), pretende votar inicialmente os requerimentos que tratam de pedidos de informação.

Na lista estão itens que vão do levantamento detalhado de todas as participações do BNDES-Par na JBS até a cópia integral de inquéritos da PF em operações que envolvam a empresa. A CPMI também deve votar pedido para obter registros de entrada do ex-procurador Marcello Miller na sede da Procuradoria-Geral da República. Miller é suspeito de “jogo duplo” durante as negociações da colaboração, orientando os delatores ao mesmo tempo em que atuava na equipe da procuradoria.

SUB-RELATORIAS
O relator definiu dois eixos principais para as investigações: um sobre a suspeita de prática de cartel pela holding J&F, tendo o deputado Hugo Leal (PSB-RJ) na sub-relatoria. O outro eixo, que será relatado pelo deputado Delegado Francischini (SD-PR), vai investigar os empréstimos e a participação do BNDES na composição acionária das empresas adquiridas por meio do BNDES-PAR.

(Ana Maria Mejia/ Foto: Alexssandro Loyola)

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20 setembro, 2017 Últimas notícias Sem commentários »

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