Defender o Brasil real, por Rogério Marinho


Artigo: “Defender o Brasil real”, por Rogério Marinho

A Fundação Perseu Abramo, instituição ligada ao PT, divulgou interessante pesquisa intitulada Percepções e Valores nas Periferias de São Paulo. Usando técnicas qualitativas de levantamento de dados entre novembro de 2016 e janeiro de 2017, o estudo pretendeu investigar a mentalidade média dos moradores das periferias de São Paulo. O objetivo seria o de promover a reflexão interna do partido sobre seu projeto político e a disputa de valores na sociedade, após o bendito impeachment de Dilma Rousseff.

Moradores de áreas periféricas de diversas faixas-etárias, que ganhavam, na data do levantamento, de dois a cinco salários mínimos foram os entrevistados. Eles votaram no PT de 2000 a 2012, mas não votaram em Fernando Haddad na última eleição municipal e nem em Dilma Rousseff no pleito presidencial de 2014. Ao ler o estudo, sabe-se que os resultados são desconcertantes para um partido político declaradamente socialista e de prática estatizante e messiânica como o PT.

A sabedoria popular rejeita quase todas as teses impostas pelos esquerdistas nas últimas três décadas no País. A população pesquisada não acredita na tal luta de classes, não quer conflitos artificiais, sabe que o Estado cobra muitos impostos e não oferece contrapartidas de qualidade, quer uma gestão racional e honesta, deseja valorização pessoal e por mérito, aceita competição capitalista, trabalha pela ascensão social e detesta instabilidade política e econômica. Sobretudo, clama por liberdade de mercado e incentivos ao empreendedorismo. Ironicamente, uma instituição petista descobriu, tardiamente, que os mais pobres são antipetistas.

A política imposta pelos antigos mandatários esquerdistas distanciou-se da realidade e dos desejos da população brasileira. Perderam o rumo com o estatismo exacerbado, com a fabricação da crise por meio do gasto perdulário e não prioritário, com o assistencialismo e pela defesa de valores estranhos à tradição nacional e ao bom senso. Venderam-se como os mais honestos e foram desnudados como lobos em peles de cordeiros. Não representam o povo, pois querem a manutenção da crise e da instabilidade por interesses absolutamente eleitoreiros. Não pensam no futuro do País.

Há, hoje, o brado coletivo pela geração de empregos e formalidade, pelo controle da inflação e pela retomada do crescimento e da estabilidade democrática. Nesses tempos difíceis, o Brasil precisa de oxigenação e ouvir sua gente. Reformas importantes estão tramitando e devem ser defendidas com vigor pelos que querem o bem da nação. Elas, se feitas, poderão criar as condições reais e tangíveis de superação dessa crise econômica, que é a maior da nossa história republicana.

No campo da moralidade pública, o desejável é o cumprimento rigoroso da Constituição e a afirmação do Estado de Direito; que a Justiça trabalhe com liberdade e responsabilidade. Todos os corruptos devem ser julgados pelas instâncias devidas. E não é saudável tentar misturar o joio com o trigo para passar a ideia falsa de que são todos iguais. Não são!

A política de fomentar a discórdia, do nós contra eles, de se opor a tudo que possa superar a crise é a política contra o Brasil. Essa maldade é prática comum da esquerda que perdeu o poder e não se conforma. Muitos problemas são urgentes a serem enfrentados pelos poderes constituintes, mas a oposição ao Brasil quer o caos.

Não conseguirão. A hora é de responsabilidade e de reformas necessárias que trarão esperança por dias melhores. O nosso País já enfrentou muitas crises políticas e sairá disso com trabalho, responsabilidade e respeitando o Estado de Direito.

(*) Rogério Marinho é deputado federal pelo PSDB-RN. Artigo publicado no “Novo Jornal” (foto: Alexssandro Loyola)

Compartilhe:
27 junho, 2017 Artigosblog Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *