Consciência Negra


Racismo é crime perverso que precisa ser combatido, diz secretária Luislinda Valois em sessão solene

A Secretária Especial de Políticas De Promoção de Igualdade Racial Do Ministério da Justiça e Cidadania, Luislinda Dias de Valois Santos, participou nesta terça-feira (29) de sessão solene na Câmara em homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. Desembargadora aposentada, a tucana se tornou, em 1984, a primeira juíza negra do Brasil.

Luislinda afirmou que o 20 de novembro não é um dia de festa, e sim de reflexão. Ela defendeu que os negros conquistem espaço nos três poderes da República. “No dia em que o negro se unir, nós comandaremos este país. Deixemos de aceitar as migalhas nos poderes. Só assim chegaremos ao ápice da pirâmide dos poderes”, declarou.

Segundo a secretária, o racismo e a corrupção matam a alma e destroem o físico. Ela acredita que o racismo está ainda mais arraigado em virtude do ralo corrupto que assolou o país. Por isso, é preciso combater esses males e punir os opressores. “O crime de racismo é abominável em sua inteireza. Ele mata, destrói, por isso é imprescritível e inegociável”, alertou.

Luislinda citou a cartilha elaborada pela secretaria para ajudar a população a identificar o racismo (conheça aqui). “O crime é tão perverso que se modifica com as mudanças da sociedade. Ultimamente, vemos diversos tipos de racismo, inclusive pela internet, onde o cidadão se aproveita do aparelho e se esconde para nos agredir”, disse.

FORÇA, CHAPE
A tucana falou da tristeza com a perda de amigos no acidente com o avião que transportava a delegação da Chapecoense, nesta terça-feira (29). A aeronave com jogadores e jornalistas caiu pouco antes de chegar em Medellín, na Colômbia, deixando mais de 70 mortos. “Hoje estou muito triste e tenho o estado de Santa Catarina como irmão. Nesse acidente, dois amigos irmãos tiveram suas vidas ceifadas. São dois sofreres, mas sejamos fortes”, lamentou.

PRIMEIRA JUÍZA NEGRA
Natural de Salvador (BA), neta de escravo, filha de um motorneiro de bonde e uma lavadeira, Luislinda se tornou, em 1984, a primeira juíza negra “rastafári” do Brasil – como gosta de ser chamada pelo seu cabelo vermelho, sua marca registrada. Foi autora da primeira sentença de condenação por racismo no país, em 1993.

A desembargadora graduou-se em direito pela Universidade Católica de Salvador, em 1978, e além da trajetória jurídica, também atuou como professora do Colégio Militar do Exército de Curitiba. Em 2011, foi promovida, por antiguidade, à desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia, se aposentando alguns meses depois.

(Da redação/ Foto: Luiz Alves)

Compartilhe:
29 novembro, 2016 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *