Luta pela democracia


Tucano condena golpe na Venezuela e lembra apoio de petistas a regime que afundou país vizinho

Milhares de pessoas ocuparam as ruas de Caracas no sábado em defesa da democracia.

Milhares de pessoas ocuparam as ruas de Caracas no sábado em defesa da democracia.

Integrante da Comissão das Relações Exteriores da Câmara, presidida pelo PSDB, o deputado Miguel Haddad (SP) destacou nesta segunda-feira (24) a importância da aprovação de um referendo constitucional que pode encerrar antecipadamente o mandato do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. O discípulo do polêmico Hugo Chávez tenta, a todo custo, impedir o processo, praticando ilegalidades que representam um verdadeiro golpe, conforme denúncia feita pelo Congresso Nacional do país vizinho.

MILHARES NAS RUAS

Conforme destacou o tucano,  a Venezuela passa por uma crise grave nos últimos anos e as ações políticas tomadas por Maduro e seu antecessor na verdade estão se mostrando equivocadas.  Para ele, tanto ambas as gestões conduziram a Venezuela a esse quadro de crise econômica e política, ao adotarem ações ideológicas que só prejudicaram o país e sua população.

Em protesto pela suspensão do processo de referendo revogatório contra o presidente, milhares de mulheres marcharam no fim de semana nas ruas de Caracas. O movimento foi organizado por forças de oposição após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ter adiado o início da coleta das 4 milhões de assinaturas necessárias para convocar a consulta popular.

Haddad ressaltou que a população venezuelana, por sentir-se oprimida, tem tentado, inclusive pela fronteira brasileira com Roraima, deixar o país, para buscar emprego e melhores condições. “Está muito claro que esse quadro lamentável da Venezuela é por causa de uma ideologia apoiada, inclusive, pelos governos petistas do Lula e Dilma”, destacou.

De acordo com reportagem do “Correio Braziliense”, as manifestantes saíram de quatro pontos diferentes de Caracas para chegar a Francisco Fajardo, um dos pontos centrais da capital venezuelana. Está prevista para a próxima quarta-feira (26) uma grande mobilização nacional que pode parar o país.

SEM CREDIBILIDADE

Na avaliação de Haddad, o presidente Maduro não tem mais autoridade e credibilidade, para estar à frente do governo. “A queda dele ocorrerá e isso é uma questão de tempo. Ele ainda consegue se manter porque domina as Forças Armadas. Não sei se ele deixará o poder por esse caminho do referendo, mas seria importante. O certo é que a queda dele é necessária. A retomada do crescimento e de ações, até mesmo de ajuda à Venezuela, só serão possíveis depois de sua queda. Isso é inevitável”, opinou o parlamentar.

Em nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores da Argentina, 12 países-membros da Organização dos Estados Americanos (OEA) se mostraram preocupados com a suspensão do referendo na Venezuela.

No ano passado, senadores do PSDB embarcaram para Caracas com o objetivo de visitar presos políticos da Venezuela. No entanto, a delegação acabou retornando para o Brasil sem conseguir, sequer, chegar à penitenciária. O grupo de parlamentares foi surpreendido com ataques ao ônibus que levaria a comitiva brasileira ao presídio, além do bloqueio inesperado das ruas da capital venezuelana.

No aeroporto, a comitiva havia sido recepcionada por Lilian Tintori, mulher de Leopoldo López, líder oposicionista preso desde fevereiro de 2014; Mitzy Capriles, mulher de Antonio Ledezma, ex-prefeito de Caracas que foi detido em fevereiro; Patricia de Ceballos, esposa de Daniel Ceballos, outro líder oposicionista preso pelo regime de Maduro; e por María Corina Machado, deputada que teve seu mandato cassado.

Três tucanos integravam a comitiva brasileira: o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves; o líder tucano no Senado, Cassio Cunha Lima (PB), e o presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Aloysio Nunes Ferreira (SP).

De acordo com Lilian, atualmente há 109 presos políticos em seu país. Por meio das redes sociais, essas importantes personalidades venezuelanas comentam os últimos acontecimentos e chamam a atenção para as próximas manifestações: 

   (Reportagem: Elayne Ferraz/imagem: reprodução – Twiiter/ Lilian Tintori)

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24 outubro, 2016 Últimas notícias Sem commentários »

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