Nem aí com as contas públicas


“Pacote de bondades” na iminência do fim do governo é ato irresponsável da presidente, avaliam deputados

Para o líder da Oposição, Miguel Haddad, presidente age com mesquinhez.

Para o líder da Oposição, Miguel Haddad, presidente age com mesquinhez.

Diante dos rombos bilionários que vem promovendo no orçamento, o governo do PT havia engavetado há meses as medidas do pacote de bondades anunciado no último domingo: o reajuste no Bolsa Família e a correção na tabela do imposto de renda, que tem custo estimado de R$ 7 bilhões. Para tucanos, a petista mostra irresponsabilidade, dado que a própria gestão Dilma colocou as contas do Brasil no vermelho e agora, a poucos dias do seu fim, toma uma medida dessa natureza.

Ainda na sexta-feira, o líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), havia dito que o verdadeiro interesse da presidente é apenas desviar o foco do impeachment. “Dilma não deseja atender a população brasileira. Aliás, foi assim durante todo seu mandato. O real interesse com essas medidas é criar embaraços para o futuro presidente no caso de seu possível afastamento”, declarou. Em virtude de tantos equívocos da gestão petista, o país caminha para o terceiro ano seguido de déficit nas finanças públicas.

O líder da Oposição, deputado Miguel Haddad (SP), reitera a falta de compromisso do governo petista com o país. “Ao adotar medidas que aumentam despesas a poucos dias do provável afastamento dela – e ela sabe disso – a presidente Dilma mostra uma coisa pequena, mesquinha, de alguém preocupado com seu mandato, com questões pessoais que se sobrepõe aos interesses do país”, disse o parlamentar nesta segunda-feira.

Segundo ele, o déficit orçamentário chega a R$ 100 bilhões e aumentar despesas é uma medida que vai de encontro a qualquer tipo de retomada de desenvolvimento, de resgate do emprego, da melhoria salarial. “Elas prejudicam muito o quadro e levam a situação econômica do país ao caos”, lamentou. “A poucos dias de ser afastada, Dilma dá uma demonstração de insanidade ao anunciar mais gastos de um caixa já quebrado. É um fim lamentável”, analisou o deputado Nilson Leitão (MT) por meio do Twitter.

A herança que a presidente deixa é realmente maldita, segundo Haddad. Além da imensa dívida pública, ela deixa ainda 11 milhões de desempregados, um descrédito descomunal do empresariado em relação ao Brasil e uma economia sem perspectiva de voltar a crescer no curto prazo.

(Reportagem: Ana Maria Mejia/foto: Alexssandro Loyola)

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2 maio, 2016 Últimas notícias Sem commentários »

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