1 milhão de casas a menos

Alexandre Baldy critica descaso da presidente com programa Minha Casa Minha Vida

O deputado Alexandre Baldy (GO) apontou, nesta quinta-feira (4), a falta de compromisso da presidente Dilma com o Minha Casa Minha Vida, utilizado por ela para angariar votos para sua reeleição, em 2014. Na época da campanha a petista prometeu construir 3 milhões de moradias na terceira etapa do programa, até o fim de 2018. Ontem, Dilma admitiu que não conseguirá fazer mais que 2 milhões de casas.

Para Baldy, Dilma mentiu na campanha, pois já sabia que a quantidade prometida não poderia ser alcançada. “A população brasileira tem visto que as promessas de Dilma em 2014 estão sendo desmascaradas, colocadas por terra. Essa é mais uma delas e demonstra irresponsabilidade e falta de compromisso, além da falta de planejamento e gestão com os recursos públicos”.

Durante cerimônia em Indaiatuba (SP), a presidente admitiu dificuldades e falou que foi preciso “rever os valores”. “Estamos calculando que iremos fazer em torno de 2 milhões de moradias até 2018”, discursou. Mas na época da campanha o discurso era outro. Em agosto de 2014, numa cerimônia semelhante no Paranoá, cidade próxima a Brasília (DF), a petista garantiu: “nosso objetivo é deixar claro que é possível contratar 3 milhões de moradias”.

Na avaliação de Baldy, o programa poderia alcançar milhões de pessoas, mas está cada vez mais distante de alcançar as metas porque não houve planejamento. Segundo ele, a intenção de Dilma com o Minha Casa Minha Vida era angariar votos. “Não só ela, como o governo do PT, sempre utilizaram como vitrine a entrega das unidades habitacionais. O Minha Casa Minha Vida foi usado como mote expressivo na campanha. Mas ela utilizou o palanque para uma grande falácia, uma mentira. Fez isso para que a população fosse enganada, mas agora tudo desmoronou”.

O lançamento oficial da terceira fase do MCMV não aconteceu. O governo desistiu dessa etapa em setembro de 2015.  Em passagem pelo Congresso na terça-feira (2), Dilma disse que, ao longo desses quase sete anos [de programa], serão construídas cerca de 6 milhões de moradias, contando com as 4 milhões que foram contratadas nas duas primeiras etapas. Até agora foram entregues pouco mais de 2 milhões de unidades.

A população de baixa renda, que mais precisa do programa, ficou de fora das novas contratações porque o governo não tem dinheiro para os subsídios. “Ou seja, o Brasil vive realmente uma crise gerada por Dilma e seu governo”, aponta Baldy.

O tucano ressalta que foi assim com a área educacional, com cortes nos programas universitários, e na área econômica. “A inflação já bate os dois dígitos, complicando a vida do cidadão para colocar o alimento na mesa. Também foi assim com o desemprego. São mais de 2,5 milhões de trabalhadores que não conseguiram se realocar”, lamentou, ao destacar dado da Pnad Contínua divulgada em janeiro pelo IBGE.

Segundo o levantamento, no trimestre até outubro de 2015, um total de 2,513 milhões de pessoas passaram a buscar uma vaga de emprego, alta de 38,3% em relação a igual período de 2014. Na campanha, Dilma prometeu controlar a inflação e manter os empregos.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola)