Desperdício e lentidão


A pedido do Delegado Waldir, comissão fiscaliza obras em rodovia em Goiânia com 20 anos de andamento

 Delegado Waldir na obra paralisada da Marginal Botafogo, em Goiânia.


Delegado Waldir na obra paralisada da Marginal Botafogo, em Goiânia.

A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara enviou na última sexta-feira (20) a Goiânia (GO) uma missão oficial para acompanhar o andamento de obras da prefeitura municipal com recursos do governo federal. O deputado Delegado Waldir (GO), que solicitou a fiscalização, disse que são obras em andamento há mais de 20 anos, e que se arrastam por etapas, consumindo recursos públicos.

“Quando entramos com o primeiro pedido em fevereiro, as obras estavam totalmente paradas, mas de lá para cá a prefeitura até montou canteiros, mas as obras não avançam”, disse. No canteiro da obra de continuação da Marginal Botafogo, um engenheiro que coordenava o canteiro do consórcio CCB-Elmo, e preferiu não se identificar, disse que a empresa toca a obra com recursos próprios, esperando a liberação de recursos do Ministério da Integração Nacional. “Há uma previsão de que sejam liberados ainda neste mês, mas como está na estação de chuvas, devemos começar as obras mais pesadas em março”, disse.

DINHEIRO NO LIXO

Em obra semelhante na Marginal Cascavel, apesar de obras recentes de canalização do córrego Cascavel, ainda inacabadas, não há sinal de trabalhadores, e o deputado Delegado Waldir acredita que seja a mesma situação. “São muitos recursos já gastos, o dinheiro do asfalto já veio, e agora esse dinheiro vai para o lixo”, disse.

As duas obras incluem a canalização dos córregos, drenagem e tubulações adjacentes, e a pista em si. Essa etapa de Botafogo está contratada por pouco mais de R$ 24 milhões, enquanto Cascavel deve consumir R$ 59 milhões.

DESAPROPRIAÇÕES
Outras obras ainda vão ser necessárias nos sentidos contrários nas duas marginais, além de um elevado de acesso à Marginal Botafogo. Essas obras ainda dependem de desapropriações, e serão novas licitações, assim como a um trecho da Avenida Leste-Oeste, em que 1500 metros separam uma parte já pronta da avenida de outra ainda a desapropriar.

A avenida foi planejada para passar por uma antiga linha de ferro, mas trechos onde a obra não foi feita foram invadidos. A avenida deveria ligar diretamente duas saídas da cidade, ligando as cidades de Senador Canedo e Trindade, ambas na região metropolitana de Goiânia, passando pelo setor industrial da cidade.

“Nós já fomos notificados, fomos chamados há três anos para assinar um termo na prefeitura, mas o dinheiro nunca saiu, e eles disseram para nós continuarmos aqui”, explicou Fernando Luz Rezende, dono de uma oficina mecânica que fica diretamente no caminho da avenida.

AUDITORIA NOS CONTRATOS
A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle já pediu ao Tribunal de Contas da União uma auditoria nos contratos dessas três obras, e o Delegado Waldir quer o envolvimento da Polícia Federal, porque acredita que há indícios de que no passado recursos dessas obras foram desviados.

(Da Agência Câmara, com alterações/Foto: divulgação)

Compartilhe:
23 novembro, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *