Publicidade em debate


Deputados questionam ministro sobre controle de dinheiro público em publicidade oficial

O uso de recursos públicos em publicidade nos veículos da internet – seja em grandes portais, mídias sociais ou redes de conteúdo – foi questionado por parlamentares do PSDB ao ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, durante a CPI dos Crimes Cibernéticos. Em 2014, a Lucio Bernardo Junior Câmara dos DeputadosSecretaria de Comunicação Social da Presidência da República usou o total de R$ 2,32 bilhões em publicidade, incluindo ministérios, autarquias e empresas públicas. Na internet esse valor saltou de R$ 159 milhões em 2013, para R$ 195 milhões, em 2014.

Preocupado com o volume de dinheiro que envolve a publicidade institucional e o crescimento no uso da internet, o deputado Daniel Coelho (PE) questionou a existência de diálogos para definir destinos de verbas de publicidade entre a Secom e as empresas públicas, citando o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Petrobras.

“Qual o nível de liberdade desses órgãos, considerando o caso, já de conhecimento público, que é a condenação e prisão do deputado do PT, André Vargas, a 14 anos por corrupção passiva e lavagem de dinheiro exatamente em decorrência de propina na troca de contratação de publicidade tanto da CEF, quanto do Ministério da Saúde”, arguiu. Daniel Coelho também questionou o ministro se a condenação de Vargas teria sido injusta. “O que a Secom tem feito para que esse tipo de crime não aconteça mais?”.

Ao indagar do ministro Edinho Silva sobre o pagamento de R$ 120 mil a Leonardo Attuch, editor do blog Brasil247, delatado pelo lobista Miton Pascowitch, “um blog que mantém uma linha agressiva e caluniosa contra os opositores do governo e uma defesa veemente ao PT”, Daniel Coelho foi interrompido por protestos de deputados do PT, tumultuando a reunião.

A existência de um sistema de fiscalização e controle também foi questionada pelo deputado Fábio Sousa (GO). Ele perguntou qual o critério na escolha dos veículos da internet que receberam quase R$ 200 milhões em 2014. “Qual a penalidade quando o governo constata que houve fraude”?

A presidente da CPI, deputada Mariana Carvalho (RO), explicou que limitar a investigação aos crimes financeiros era pouco, então estendeu o trabalho da CPI, criando quatro subrelatorias. A Polícia Federal auxilia na investigação. “Estamos trabalhando com transparência e observando que muitos temas se incorporaram à CPI dos Crimes Cibernéticos considerando a velocidade da rede mundial de comunicação”.

A CPI também ouviu os depoimentos dos presidentes de duas entidades ligadas ao setor publicitário: Orlando Marques, da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap), e Sandra Martinelli, da Associação Brasileira de Anunciantes (ABA).

(Reportagem: Ana Maria Mejia/ Foto: Lucio Bernardo Junior / Câmara dos Deputados)

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8 outubro, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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