Agora vai?


Anunciado sem detalhes pelo Planalto, corte de ministérios é cobrado há anos por tucanos

Lideranças do PSDB como Bruno Araújo (PE) e Carlos Sampaio (SP) já haviam cobrado a diminuição da gigantesca máquina governamental montada pelo PT.

Lideranças do PSDB como Bruno Araújo (PE) e Carlos Sampaio (SP) já haviam defendido a diminuição da gigantesca máquina governamental montada pelo PT.

Com um atraso enorme, o governo Dilma anunciou nesta segunda-feira (24) a intenção de cortar dez ministérios. Em mais um típico exemplo de uma gestão perdida e desorganizada, não informou quais pastas serão extintas e o impacto financeiro da proposta. O fato é que a providência é tardia: há muito tempo deputados do PSDB vêm cobrando cortes na gigantesca máquina montada pelo PT, composta por quase 40 pastas. Há mais de três anos, por exemplo, a bancada foi ao Planalto apresentar uma sugestão de reforma administrativa, mas o plano que traria economia bilionária aos cofres públicos foi ignorado.

Na proposta entregue em 9 de fevereiro de 2012, os tucanos propuseram uma reengenharia administrativa do governo federal. As ações abrangiam a redução e/ou fusão de ministérios e a diminuição no custeio da máquina pública e no número de cargos comissionados. Se tivesse sido adotada na ocasião, a economia da reestruturação chegaria a R$ 3,3 bilhões ao ano.

“A máquina está inchada e emprega mais do que efetivamente o Estado necessita”, destacou o então líder do PSDB na Câmara e atual líder da Oposição, Bruno Araújo (PE). Para os tucanos, Dilma herdou de Lula uma máquina administrativa já inchada e a ampliou ainda mais para permitir acomodação dos apadrinhados.

Em julho de 2013, o então líder do partido na Casa, Carlos Sampaio (SP), anunciou o apoio do PSDB à PEC do PMDB que limita o número de ministérios a 20. “Para que manter 39 ministérios, uma estrutura gigantesca e cara e que se mostra ineficiente?”, questionou na ocasião o tucano, que neste ano também exerce a função de líder.

Conforme lembrou, a oposição sempre defendeu a redução do número de ministérios como forma de reduzir os gastos públicos. Em abril último, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara aprovou, com o apoio dos tucanos, a admissibilidade da PEC.

São tantos ministérios que não houve espaço na Esplanada e foi preciso alugar prédios em outras áreas de Brasília.

São tantos ministérios que não houve espaço na Esplanada e foi preciso alugar prédios em outras áreas de Brasília.

AÉCIO: GOVERNO SE RENDE

Em nota, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse que o governo Dilma se rende ao óbvio ao anunciar, “com injustificado atraso”, o corte de ministérios e cargos, prometendo um redesenho da pesada e onerosa máquina administrativa petista.

O tucano lembra que a medida que foi violentamente rechaçada pela candidata do PT na campanha eleitoral, quando o tucano a propôs. “A redução de ministérios e cargos é necessária, mas melhor seria se realizada com convicção, e não por um governo em busca de algum oxigênio para continuar a existir”, alertou. Ainda segundo ele, medidas tomadas para atender circunstâncias costumam ter efeitos muito aquém daqueles necessários.

(Da redação/Fotos: Alexssandro Loyola e José Cruz/ABr)

Em 2012, Bruno Araújo destacou a proposta de reestruturação administrativa proposta pelo PSDB. Assista:

 

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24 agosto, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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