Entrevista

Dilma está sem condições de liderar reformas necessárias para superar crise, alerta Hauly

Em entrevista ao site da InfoMoney, o deputado Luiz Carlos Hauly (PR) afirmou que a presidente Dilma está sem condições de liderar o processo de reformulação, reestruturação e reformas de que o país precisa. O tucano sugere como única saída o rompimento com o PT e o chamamento a um entendimento público suprapartidário envolvendo todos os setores e segmentos sociais.

O tucano afirma que o ajuste fiscal promovido pelo governo é uma “decepção total”. De acordo com ele, a crise econômica ainda não atingiu seu auge e exige uma reestruturação da economia nacional, “e não um remendo”. Conforme explica, o ajuste da forma como tem sido realizado traz agravantes na redução do poder aquisitivo da população, desemprego, diminuição da qualidade do serviço público e retração da atividade econômica, levando o país a um “efeito bola de neve”.

Como solução, o parlamentar aponta a necessidade de repactuar e fazer profundas reformas, mas o governo Dilma não consegue fazê-las porque lhe falta liderança e credibilidade. Hauly lembra que a popularidade da presidente está cada vez mais em baixa e isso gera dificuldades na relação política, especialmente com o Congresso.

O deputado acredita que só uma atitude drástica poderia ajudar a reverter a situação atual. “Dilma precisa sair do PT, chamar o entendimento nacional e promover mudanças com profundidade para podermos sair o mais rápido possível da crise. A melhor saída seria fazer um governo suprapartidário, de entendimento nacional, chamando as forças políticas, empresariais, trabalhadoras e segmentos da sociedade”, defendeu.

O tucano avalia que a redução da meta fiscal para esse ano foi mais um gesto de reconhecimento de fracasso por parte do governo e que pode culminar em punição de downgrade pelas agências de classificação de risco.

Durante a entrevista Hauly reforça uma defesa que vem fazendo há anos sobre a necessidade de reforma tributária. Ele acredita que a crise representa uma oportunidade para se aplicar mudanças de paradigmas na economia brasileira, na organização do Estado e suas competências. 

(Da Redação/ Foto: Alexssandro Loyola)