Retrocessos sem fim


Pedro Vilela critica “governo sem projeto” e aponta saídas para problemas que afligem o Brasil

O deputado Pedro Vilela (AL) subiu à tribuna da Câmara nesta segunda-feira (30) para seu primeiro discurso no Grande Expediente. Neto do “menestrel das Alagoas”, Teotônio Vilela, o tucano mencionou o avô e o tio Teotônio Vilela Filho como seus exemplos na vida pública. Durante o pronunciamento, o parlamentar criticou duramente o governo do PT, traçou um panorama dos problemas brasileiros e apontou alternativas.

Avanços patinam – O parlamentar afirmou que aprendeu em casa que o Brasil ainda tem uma grande dívida com seu povo. “Depois de termos inaugurado uma expressiva rede de proteção social no país, ainda no governo do presidente Fernando Henrique, registramos hoje a estagnação da pobreza extrema no país. Paramos de avançar de repente”, destacou.  

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Vilela afirma que o governo usa a propaganda oficial para dizer que tirou milhões da extrema pobreza, mas faz vistas grossas para o fato de já não conseguir manter sequer o patamar de renda mínima usado como parâmetro pela ONU. De acordo com essas referências, um cidadão não está dentro da linha da miséria se lhe for garantido 1,25 dólar/dia. Isso daria cerca de R$ 120 por mês – bem mais que os atuais R$ 77 pagos pelo Bolsa Família.

Além disso, o tucano aponta que o governo pouco tem feito para garantir aos brasileiros habitação, saneamento, acesso à saúde, mobilidade, empregabilidade e educação. Segundo ele, é preciso acabar com as vergonhosas filas no sistema de saúde e colocar um ponto final no crime organizado e no caos da segurança.

“É hora de fazer um investimento histórico em educação de qualidade, para habilitar o nosso capital humano, e assim sonhar com uma verdadeira mudança no nosso patamar de desenvolvimento”, disse. O tucano destacou que o país parou de avançar nos rankings de educação, estancou na tentativa de acabar com o analfabetismo e mantém níveis altíssimos de analfabetos funcionais.

Na economia, o grave momento é lembrado pelo tucano como um dos piores já vividos pela nação, com consequências reais como a perda de empregos por causa da derrocada da indústria da transformação e pelo processo de desindustrialização em curso. Ele lembrou ainda que o Brasil apesar de ser a sétima economia do mundo, é a 95ª em renda per capita.

Segundo ele, não dá mais para culpar a crise internacional pelo cenário atual. “Pagamos o alto preço por um governo sem projeto. Não há um projeto de país. Apenas um projeto de poder e, projeto esse, arruinado pela própria arrogância e conveniência de seus interesses”, criticou.

Ainda de acordo com ele, “no zig-zag das canetadas aleatórias de um neo-intervencionismo crônico, o governo perdeu credibilidade e o país, a confiança. Inúmeros exemplos aí estão justificando a fuga de investimentos e a paralisia da economia”.

Entre esses exemplos, o deputado cita o intervencionismo no setor elétrico, que tem causado graves consequências para o Brasil. Segundo ele, a farra dos gastos públicos, o nível quase inexistente de investimentos e a corrupção espalhada pelo governo levaram o país a uma situação inimaginável.

Na avaliação do jovem deputado, não resta alternativa ao petismo que não passe por uma rigorosa apuração de responsabilidades e punição exemplar daqueles que erraram, doa a quem doer. É hora, segundo ele, de repactuar as relações políticas no país, sem os adesismos praticados pelo atual governo, mas em torno das grandes causas nacionais.

Deputados como o líder Carlos Sampaio (SP), Antonio Imbassahy (BA)Lobbe Neto (SP) e Ricardo Tripoli (SP) fizeram apartes e elogiaram a trajetória e a competência de Vilela.

A crise, segundo o deputado
A crise é econômica, porque a economia brasileira patina. A crise é de gestão, porque este é um governo que já nasceu velho e não apresenta nenhuma saída nova para os problemas que ele próprio criou. A crise é política, porque a gigantesca base parlamentar federal dança conforme a música e não aceita mais alinhamento automático. A crise é de credibilidade e está comprovada nas pesquisas e na impaciência e indignação das ruas. A crise é ética, de valores, pelos escândalos em série e a corrupção endêmica que tomou de assalto o corpo do Estado nacional.”

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30 março, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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