Entrevistas


Líder critica postura da presidente diante de irregularidades que colocaram estatal na berlinda

[caption id="attachment_122848" align="alignleft" width="300"]Imbassahy comanda reunião da bancada tucana neste ano;  deputado concedeu entrevistas exclusivas a importantes veículos de comunicação do país. Imbassahy comanda reunião da bancada tucana neste ano; deputado concedeu entrevistas exclusivas publicadas nos últimos dias por importantes veículos de comunicação do país.[/caption]

Não é de hoje que o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), vem chamando a atenção para desmandos na Petrobras, como a compra da refinaria de Pasadena (EUA), um dos piores negócios da história da estatal. Para o tucano, com a desmontagem do esquema do mensalão, o PT identificou a empresa como uma fonte inesgotável de recursos e inexpugnável a investigações, mas órgãos como Ministério Público, Polícia Federal e o próprio Congresso vêm revelando nos últimos anos uma série de irregularidades envolvendo a empresa.  Ex-ministra de Minas e Energia e ex-presidente do Conselho de Administração da Petrobras, Dilma posa de vítima, mas o tucano não engole essa postura. Em entrevistas à revista Istoé e ao jornal “Correio Braziliense”, Imbassahy aborda a crise na estatal e outros temas latentes na agenda política nacional, como sucessão para a presidência da Câmara e prioridades do PSDB para 2015, como a reforma política. Confira os principais pontos:

Presidente omissa
O líder do PSDB critica duramente a omissão da petista diante das irregularidades que vêm atingindo a Petrobras.Tudo ocorreu sob as barbas da presidente Dilma, que durante um grande período foi ministra de Minas e Energia, ministra da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Então, ela viu tudo passando por ali”, avaliou.  Ocupando postos estratégicos, Dilma tinha instrumentos necessários de controle, acesso a informações e dispositivos para detectar o que estava acontecendo, mas tudo passou batido. Diante disso, o deputado considera razoável que o brasileiro acredite que ela não sabia de tudo em virtude do gigantismo do esquema. “Agora, acreditar que ela não sabia de nada, tenha santa paciência.”

Afastamento de Graça Foster
Imbassahy voltou a defender o afastamento de Graça Foster da presidência da Petrobras, pois acredita que ela não tem condições morais de permanecer no cargo. Segundo o tucano, Dilma já deveria ter adotado essa medida, pois avalia que Foster “não se comportou como presidente séria, digna, determinada ao combate à corrupção” e mentiu ao afirmar que desconhecia fatos que já tinha conhecimento, como o do pagamento de propina milionária a agentes da Petrobras pela empresa holandesa SBM.

Nova CPMI em 2015
A CPMI da Petrobras em andamento conseguiu avançar, apesar do esforço do Planalto para que a comissão não funcionasse – influência inócua no Ministério Público e na Polícia Federal. Mas em virtude do encerramento da legislatura e do tamanho do escândalo na estatal, Imbassahy destaca que uma nova comissão parlamentar de inquérito deve ser aberta no começo de 2015. “Vamos organizar um calendário que permita estar em sintonia com as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público. É nossa obrigação. É o que as pessoas esperam e nós temos que fazer”, declarou.

Depoimentos de executivos presos
Nesta reta final da CPMI, o líder defende a convocação dos executivos presos na Operação Lava Jato para prestar depoimento. “Já foi dada a entrada desses requerimentos na última terça-feira”, afirmou. Entre os feitos da comissão considerados importantes pelo tucano, está a quebra dos sigilos de João Vaccari, aprovada semana passada. “Um tesoureiro nacional do PT já foi parar na Penitenciária da Papuda. Talvez outro tenha o mesmo destino”, previu.  Ainda segundo Imbassahy, o Congresso não vai se furtar de fazer as devidas penalizações dos políticos envolvidos no esquema do petróleo. Os nomes ainda não vieram à tona.

País não pode parar
Questionado sobre a interrupção de obras em outros setores em virtude dos impactos nas empreiteiras  do escândalo na maior estatal do país, Imbassahy avalia ser necessárioencontrar um caminho para o país não ser paralisado. “O que há de errado, de podre, tem de ser separado”, recomenda o líder.

Petista sem liderança
Perguntado sobre os sérios problemas de governabilidade que atingem o governo, o líder disse que Dilmaé um personagem criado pelo marketing e por uma vontade do ex-presidente Lula” que nos últimos quatro anos não se revelou uma líder capaz de fazer as transformações necessárias ao país. “A presidente tem um comportamento muito difícil de convivência em um regime democrático. Não aceita o contraditório e isso é manifestado pelos seus ex-auxiliares e auxiliares em comentários no Congresso”, avaliou. Para o tucano, Dilma “conseguiu a proeza” de trazer de volta a inflação, não conseguiu melhorar os serviços públicos e agora sua gestão sofre novo baque com “denúncias de dimensões amazônicas” na maior estatal do país. “A Petrobras pode ser o início de uma revelação muito maior.”

Presidência da Câmara
Em fevereiro haverá eleição para a Presidência da Câmara. Imbassahy analisa o perfil do nome ideal: “Terá apoio do nosso partido um candidato que assuma efetivo compromisso de ser sempre vigilante às iniciativas antidemocráticas que são tomadas pelo Palácio do Planalto, de não permitir votar o controle do conteúdo da mídia e também prosseguir com a CPI, para que a comissão funcione de maneira mais efetiva do que foi nessa legislatura.” Ainda de acordo com Imbassahy, os partidos que fazem oposição deliberaram por uma candidatura própria. “Mas vamos aguardar o desenrolar do processo” pondera.

Atuação do PSDB em 2015
O acompanhamento da qualidade da administração será um dos focos da atuação dos tucanos no próximo ano, diz Imbassahy, um crítico do gigantismo do ministério petista, que tem 39 pastas. Se a pauta não for tomada por escândalos, é preciso também discutir a reforma política, defende o parlamentar. “Nós queremos regras que aproximem o eleitor de seu representante. Para fazer essa aproximação, seria preciso aprovar o voto distrital. Outro princípio também é o fortalecimento dos partidos”, argumenta. O tucano também contesta a tese do PT de que a reforma política é uma das soluções para corrupção no Brasil. “Essa questão de dizer que o sistema facilita a corrupção é desculpa esfarrapada, porque quando o cara é ladrão, vai roubar em qualquer sistema.” O líder do PSDB também lamenta a falta de liderança por parte de Dilma para liderar as reformas.

Aposentadoria de ministros do STF
Questionado se o PSDB trabalhará para reduzir a influência do governo na indicação de ministros do Supremo que substituirão os que vão se aposentar nos próximos quatro anos, Imbassahy chamou atenção para a chamada PEC da Bengala. A proposta permitiria estender até 75 anos a idade para que ministro do Supremo pudesse continuar no exercício de suas atividades. “A proposição tem um lado muito positivo. Hoje, um ministro com 70 anos está no auge, na plenitude de sua sabedoria, conhecimento e capacidade de colaborar com o país”, afirmou. 

(Da redação/Foto: Alexssandro Loyola)

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24 novembro, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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