Proposta irresponsável

Presidente Dilma quer permissão para gastar mais do que ganha, critica Bruno Araújo

O governo do PT dá um péssimo exemplo para a sociedade ao propor ao Congresso anistia à incompetência no controle das contas públicas, destacou o deputado Bruno Araújo (PE). Em discurso nesta quinta-feira (20), ele criticou o projeto de lei enviado pelo Executivo que causou polêmicas na Comissão Mista de Orçamento nesta semana.

A tentativa do Planalto de alterar a Lei de Diretrizes Orçamentárias nada mais é, explica o tucano, que desconsiderar a diferença entre despesas e arrecadação. A presidente Dilma quer um direito negado a qualquer outro brasileiro: gastar mais do que ganha. “É como se cada chefe de família não precisasse observar quanto vai receber de salário para cumprir as responsabilidades das despesas”, explicou.

O projeto de lei reflete o comportamento de um governo que passou de todos os limites no ano eleitoral, inclusive dos limites financeiros e fiscais. Como a própria presidente Dilma afirmou, ela estava disposta a “fazer o diabo”. “A eleição demonstrou que não havia limite, sobretudo, da utilização de dinheiro público, para buscar os objetivos políticos”, lamentou Araújo.

Para o deputado, suspender a meta de superávit seria um dos piores exemplos da administração pública. A história mostra que não é possível cuidar da economia apenas por atos formais. “E essa conta vai cair na cabeça dos brasileiros mais fragilizados”, reprovou. Ele finalizou dizendo que espera ver uma reação do Congresso Nacional à irresponsabilidade do Planalto.

Despedidas – O tucano ressaltou o discurso de despedida feito pelo deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE) na tarde de ontem (19). O parlamentar se despede da Câmara após 10 mandatos e enorme contribuição ao Legislativo. O presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) também foi lembrado por Araújo, já que não retornará em 2015. “Todos os dois participaram de um dos momentos mais belos deste Congresso Nacional, no final da década de 70 e início da década de 80, quando o Brasil, de forma convergente, encontrou um pacto político para votar a lei da anistia política, a lei que permitia a volta de brasileiros que estavam exilados”, completou.

(Da redação/ Foto: Alexssandro Loyola)