O dia seguinte e os próximos quatro anos, por Marcus Pestana


Fechadas as urnas, retomo hoje meus artigos semanais neste espaço. Passamos pela sétima sucessão presidencial após a histórica campanha das diretas em 1984 e a transição democrática liderada por Tancredo Neves em 1985. Temos o que comemorar. Nunca na história tivemos tamanha liberdade e a democracia brasileira revelou toda a sua solidez.

Apesar do clima de ampla liberdade, a campanha de 2014 ficará marcada como uma das mais agressivas, onde calúnias e agressões inaceitáveis foram manipuladas sem pudor. Dentro da lógica de que os fins justificam os meios, a campanha do PT, no desespero da manutenção do poder a qualquer preço, utilizou as redes sociais, SMSs, telefonemas, espalhando mentiras para ameaçar cidadãos e desconstruir adversários. Não bastasse isto, ataques injustificáveis agrediram a vida pessoal e familiar de candidatos. A ética na política tem que ser revalorizada. Não é legítimo “fazer o diabo” para se ganhar eleições. Os meios devem ser coerentes com os fins. A prática na campanha é o cartão de visitas de um futuro governo.

Aécio Neves, carregando os melhores valores de Minas, na trilha de JK,  Tancredo e Itamar, foi um guerreiro. Fez uma campanha belíssima de que todos podemos nos orgulhar. Firme, sereno e sólido em suas propostas, escreveu uma bela página política. Saiu muito maior que entrou. Perdeu, ganhando. E já se firma como protagonista central do novo ciclo histórico.

Para nós do PSDB, a campanha de Aécio foi revigorante. Superamos a timidez que nos marcou nos últimos anos. Aécio defendeu com coragem e determinação uma visão alternativa ao status quo e plantou sementes da mudança desejada por mais de 51 milhões de brasileiros. FHC foi resgatado em seu papel histórico essencial para o Brasil contemporâneo. E nos reencontramos com as ruas. Milhares de pessoas abraçaram Aécio nas grandes cidades e capitais. A herança da campanha é o melhor adubo para persistimos.

Dilma terá agora que enfrentar a sua própria herança maldita. As bombas de efeito retardado plantadas por seu governo cobrarão a fatura. É o efeito bumerangue consequência da péssima gestão na economia e do maior escândalo da história republicana envolvendo a Petrobras.

As duas primeiras semanas já sinalizaram muito bem o quadro de dificuldades em que se encontra o país e a fragilidade do discurso do PT na campanha. Aumento dos juros, aumentos na energia elétrica, aumentos autorizados da gasolina. Informações que foram escondidas durante a campanha explodiram nas páginas dos jornais. O maior déficit fiscal da história e o aumento da pobreza extrema foram revelados pelo Tesouro Nacional e pelo IPEA. Antes mesmo de seu início, o segundo governo Dilma já nasce envelhecido e sem direito à tradicional lua de mel.

Da nossa parte ofereceremos, em nome dos 51 milhões de brasileiros, uma oposição firme, qualificada, intensa, em defesa da liberdade, da estabilidade econômica e dos avanços sociais. E exigiremos, dia após dia, o total esclarecimento do escândalo da Petrobras e a punição dos culpados. A mudança só começou!

(*) Marcus Pestana é deputado federal e presidente do PSDB-MG. Artigo publicado no jornal “O Tempo”. (foto: Alexssandro Loyola)

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14 novembro, 2014 Artigosblog 1 Commentário »

Uma resposta para “O dia seguinte e os próximos quatro anos, por Marcus Pestana”

  1. Apresento-lhe meus parabéns pela sua atuação na Câmara Federal.
    Desde que ouvi, pela primeira vez, o seu nome Marcus Pestana, lembrei-me do meu ex-patrão, em 1957, na Serraria Raul Soares, na condição de “office boy”. Meu patrão era Augustinho Pestana, seu pai [não tenho dúvida pois suas feições são exatamente as dele]. Além de patrão era muito amigo meu e do meu pai.
    Quando fui trabalhar em um grande Banco, na época o maior da América Latina, ele vibrou, parabenizou-me e acompanhou minha rápida carreira, tendo chegado a Contador Geral do Banco, já em São Paulo.

    Um abraço, oro por você.

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