Denúncia grave


Sampaio cobra investigação de denúncia de que Dilma e Lula conheciam esquema na Petrobras

sampaioTitular do PSDB na CPI Mista da Petrobras, o deputado Carlos Sampaio (SP) classificou nesta sexta-feira (24) de gravíssimas as revelações feitas pelo doleiro Alberto Youssef em depoimento prestado na terça-feira (21) à Polícia Federal sob acordo de delação premiada. Em nota, ele cobrou investigação de suposto conhecimento da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula sobre os ilícitos praticados na estatal.

De acordo com a revista “Veja”, o doleiro afirmou que Dilma e Lula sabiam do esquema que teria sido montado na Petrobras para desviar recursos públicos e abastecer os cofres do PT e de legendas aliadas.

“Vale dizer que, ao se confirmar que todas as infrações narradas pelo doleiro ocorriam com o conhecimento de Lula e Dilma, há que se realizar um aprofundamento das investigações para verificar a sua participação nos ilícitos, seja como partícipes, co-autores ou beneficiários. Importante ressaltar que, de qualquer forma, há responsabilidade criminal a ser perquirida”, disse Sampaio.

Caiu a máscara – O PSDB apresentou junto à Procuradoria-Geral da República representação para que as denúncias sejam aprofundadas. O partido quer descobrir se houve crime de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro, prevaricação e formação de quadrilha, dentre outros.

“É preciso que as instituições públicas, notadamente a Polícia Federal, o Ministério Público e o Congresso Nacional cumpram seus papéis institucionais para resgatar, no menor prazo possível, a confiança do povo brasileiro”, afirma o tucano no documento, ao destacar que o comportamento de Lula e Dilma foi colocado em dúvida.

“Caiu a máscara da Dilma! É o próprio delator do esquema quem revela, em reportagem da revista Veja deste fim de semana, toda essa trama sórdida que assaltou a maior empresa pública do país!”, destacou o tucano em sua página  no Facebook. “O caso é gravíssimo, pois há informação de que recursos ilícitos, depositados no exterior, seriam utilizados para essa campanha da presidente Dilma”, completou.

“Veja” afirma que “Youssef simplesmente convenceu os investigadores de que tem condições de obter provas do que afirmou a respeito de a operação não poder ter existido sem o conhecimento de Lula e Dilma”. “Seja pelos valores envolvidos, seja pelo contato constante de Paulo Roberto Costa com ambos, seja pelas operações de câmbio que fazia em favor de aliados do PT e de tesoureiros do partido, seja, principalmente, pelo fato de que altos cargos da Petrobras envolvidos no esquema mudavam de dono a partir das ordens do Planalto”, acrescenta.

Segundo a revista, os policiais que acompanham os depoimentos estão impressionados com a fartura de detalhes narrados pelo doleiro, especialmente os que apontam a participação do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Para provar o que disse, Youssef teria assegurado que apresentará um arquivo com mais de 10 mil notas fiscais. Entre os recibos, disse a revista a partir do depoimento do doleiro, está o número das contas secretas do PT que ele operava em nome do partido em paraísos fiscais.

Conversas telefônicas – Das histórias contadas por Youssef e consideradas convincentes pelos investigadores, destacou a “Veja”, estão as lembranças das discussões telefônicas entre Lula e o ex-deputado José Janene, morto em setembro de 2010, sobre a nomeação de operadores do partido para cargos estratégicos do governo.

“Youssef relatou um episódio ocorrido, segundo ele, no fim do governo Lula. De acordo com o doleiro, ele foi convocado pelo então presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, para acalmar uma empresa de publicidade que ameaçava explodir o esquema de corrupção na estatal”, diz a “Veja”. “A empresa queixava-se de que, depois de pagar de forma antecipada a propina aos políticos, tiveram seu contrato rescindido. Homem de confiança de Lula, Gabrielli, segundo o doleiro, determinou a Youssef que captasse R$ 1 milhão entre as empreiteiras que participavam do petrolão a fim de comprar o silêncio da empresa de publicidade. Assim foi feito.”

R$ 1 milhão – Youssef  já teria também contado aos investigadores, conforme declara a “Veja”, que pagava em nome do PT mesadas de R$ 100 mil a R$ 150 mil a parlamentares aliados ao partido no Congresso. “Citou nominalmente a ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann, a quem ele teria repassado R$ 1 milhão em 2010. Yousseff disse que o dinheiro foi entregue em um shopping de Curitiba”.

(Da redação, com informações da revista “Veja”/ Foto: Alexssandro Loyola)

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24 outubro, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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