Sinônimo de corrupção


Para tucano, governo petista cometeu danos incalculáveis à maior estatal do país

14113427092_6f78787670_zIntegrante da CPI Mista da Petrobras, o deputado Izalci (DF) disse nesta quinta-feira (23) que são incalculáveis os danos promovidos pelo governo e pelo PT na companhia brasileira. “Não foram somente desvios de recursos públicos. A empresa foi aparelhada, perdeu competitividade e credibilidade. O prejuízo é imenso e incalculável”, lamentou o tucano. “Tomaram conta da Petrobras para se locupletarem de recursos públicos em todas as frentes e em todas as diretorias. A Petrobras hoje é sinônimo de corrupção”, completou.

 Evidência incontestável da gravidade das suspeitas que envolvem a gestão da petroleira é a série de investigações realizadas por diversas frentes e órgãos fiscalizadores. Além da Polícia Federal, Ministério Público, Congresso, Tribunal de Contas da União (TCU), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda responsável pela regulação do mercado de capitais, instaurou inquérito para apurar as denúncias da Operação Lava Jato. O objetivo é identificar se as informações prestadas pela empresa em balanços financeiros e comunicados estão corretas.

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 A mobilização do órgão acontece após a divulgação de que a Securities and Exchange Commission (SEC), instância reguladora do mercado financeiro dos Estados Unidos, começou a averiguar se os investidores norte-americanos foram lesados pelo esquema criminoso que teria sido montado na Petrobras. A estatal tem recibos de ações negociados na Bolsa de Nova York. Por isso, é submetida às leis do mercado acionário daquele país.

 Novidades estarrecedoras – Enquanto organismos reguladores do mercado de capitais no Brasil e EUA apuram os efeitos das falcatruas cometidas na Petrobras sobre acionistas, não param de surgir detalhes que comprovam o esquema de corrupção montado na maior empresa do país.

Segundo matéria publicada nesta quinta no jornal “O Estado de S.Paulo”, laudo pericial do Ministério Público Federal revela que, por mais de uma vez, valores repassados pela Petrobras para o Consórcio CNCC – encabeçado pela construtora Camargo Corrêa – nas obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, em apenas 24 horas iam parar nas contas do doleiro Alberto Youssef.

Entre os repasses analisados, a companhia adiantou R$ 6,62 milhões para o consórcio em 17 de janeiro de 2011. No mesmo dia, o consórcio transferiu R$ 5,91 milhões para a Sanko Sider, fornecedora de tubos para a obra. No dia seguinte, a Sanko repassou R$ 1,7 milhão para MO Consultoria, uma das empresas de fachada de Youssef. Peritos do Ministério Público identificaram, pelo menos, 17 operações similares a essa.

R$ 1 bi para a Bolívia  Outra novidade que vem sendo investigada, dessa vez pelo TCU, é o pagamento adicional de US$ 434 milhões, o equivalente a cerca de R$ 1 bilhão, feito pela Petrobras à Bolívia dentro do contrato de fornecimento de gás. O objetivo é analisar se a operação fere o acordo entre a estatal e o país vizinho.

 O despacho que autoriza a investigação é do ministro José Jorge e atende a pedido do Ministério Público. Segundo ele, a estatal terá que esclarecer, entre outros pontos, quem autorizou o pagamento extra e o acordo feito com a Bolívia. “Aparentemente, a Petrobras está pagando por componentes que não estavam previstos no contrato e que não estão sendo utilizados”, disse o ministro.

 Para averiguar mais esse escândalo, o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), anunciou no início da semana que vai entrar com representação junto ao Ministério Público solicitando a investigação dos possíveis crimes contra a Administração Pública, improbidade e violação dos direitos dos sócios minoritários da estatal. Além disso, vai enviar requerimento de informações para saber do Ministério de Minas e Energia como se deu o acordo e quem o autorizou.

 “Esse tipo de procedimento causa repulsa ao cidadão brasileiro, já indignado porque o governo do PT nada fez quando a Petrobras perdeu seus investimentos na Bolívia. E agora não existe justificativa no mundo que explique o pagamento de gás já entregue pela Bolívia ao Brasil”, disse Imbassahy. “Na melhor das opções, esse reajuste só poderia valer para o futuro, e ainda assim não foi apresentado nenhum estudo técnico que fundamente o acordo – o que esperamos que seja feito pelo Ministério quando receber nosso requerimento de informações”, acrescentou.

(Reportagem: Luciana Bezerra, com informações dos jornais “O Globo” e “O Estado de S.Paulo” e do portal “G1”/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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23 outubro, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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