Escândalo do petrolão


Dilma despreza a ética e a decência ao proteger tesoureiro do PT, afirma deputado

haulyO deputado Luiz Carlos Hauly (PR) afirmou nesta terça-feira (21) que a presidente Dilma Rousseff despreza a ética e a decência ao não afastar o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, do Conselho de Administração da usina Itaipu Binacional. O correligionário foi apontado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa como um dos receptores da propina desviada da estatal.

“Em qualquer país sério os envolvidos nesse escândalo já estariam na cadeia e o governo teria sido derrubado. Vivemos um drama terrível de uma gestão que destrói a esperança e o sonho de milhões de brasileiros. Estamos apreensivos com tudo que está acontecendo”, acrescentou.

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Indiferente às denúncias e à pressão para destituí-lo do cargo, pelo qual ele é remunerado mensalmente com R$ 20.804,13, Dilma o protege. Perguntada por que não o demite, ela silencia ou desconversa. Nos bastidores, mobiliza governistas para impedir a exposição do colega de partido, inclusive inviabilizando o depoimento dele à CPI Mista da Petrobras.

Sempre na cena – Vaccari faz parte da estrutura do governo desde a chegada do PT ao Palácio do Planalto. Segundo levantamento do jornal “O Globo” desta terça, ele assumiu o cargo de conselheiro de Itaipu Binacional em 2003 por indicação de Dilma, na época ministra de Minas e Energia. Com mandato de quatro anos, desde então vem sendo reconduzido à função e recebe um dos maiores jetons pago no Poder Executivo federal.

A nomeação, afirmou matéria de “O Globo”, foi uma espécie de prêmio de consolação dada ao tesoureiro, que não conseguiu indicação para a presidência da Caixa Econômica Federal.

Além de cuidar das finanças do PT e de conselheiro da hidrelétrica, Vaccari é delegado da campanha à reeleição da presidente e a representa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com autonomia, inclusive, para fazer petições e assinar as credenciais dos fiscais da coligação.

Ficha corrida – Também são antigas e extensas as complicações do petista com a Justiça. Ele responde desde 2010 à denúncia do Ministério Público por suposto desvio de recursos da cooperativa habitacional Bancoop. Vaccari é réu por estelionato, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

Assim que foi deflagrada a Operação Lava Jato, da Polícia Federal,  o nome do correligionário de Dilma voltou às páginas policiais. As investigações identificaram que Vaccari procurou o doleiro Alberto Youssef dias antes de ele ser preso. Questionado sobre o episódio, ele não explicou o motivo que o levou a ir atrás do doleiro.

Coube a Paulo Roberto Costa e a Youssef revelar o papel de Vaccari no suposto esquema criminoso desenvolvido na Petrobras. Em depoimentos que prestaram à Justiça Federal, eles afirmaram que o tesoureiro petista intermediava os recursos desviados da estatal para o partido.

De acordo com Costa, 3% do valor líquido dos contratos de todas as diretorias da Petrobras abasteciam os cofres petistas e de aliados. Na área comandada por Costa, o percentual era dividido entre o PT (2%) e o PP (1%), partido que o conduziu ao cargo. Nas demais diretorias onde o PT havia indicado o titular – Exploração e Produção, Gás e Energia e a de Serviços –, os 3% eram integralmente embolsados pelo PT.

(Reportagem: Luciana Bezerra, com informações dos jornais “O Globo” e “Folha de S.Paulo” e da revista “Veja”/ Áudio: Hélio Ricardo)

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21 outubro, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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