Só promessas


Petista terminará mandato sem concluir grandes obras do PAC, critica Nilson Leitão

O deputado Nilson Leitão (MT) afirmou nesta segunda-feira (20) que o governo Dilma é incompetente, inoperante e desonesto. O tucano aponta compromissos firmados e nunca cumpridos pela petista como 10293937934_e47a99ff36_zprova de que essa gestão fracassou. Apenas dois dos 11 empreendimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que deveriam ser entregues no último trimestre deste ano serão concluídos dentro do prazo.

A morosidade do PAC é tão grande que somente 72% dos recursos aportados para o programa no ano de lançamento (2007) foram executados até aqui. Ano após ano a história se repete. Dos recursos previstos para 2014, nada mais que 27,6% foram efetivamente pagos, de acordo com levantamento da Assessoria Técnica da Liderança do PSDB na Câmara. A demora na realização dos empreendimentos causa rombos imensos aos cofres públicos. As 11 obras, que no início de 2011 somavam investimentos de R$ 37,6 bilhões, chegam a R$ 54,9 bilhões – um gasto adicional de R$ 17,3 bilhões.

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As obras de transposição do rio São Francisco estão entre as mais emblemáticas. Quando Dilma assumiu o governo, esse empreendimento já vinha de uma série de atrasos, adiamentos e sobrepreços. O eixo leste da transposição, que corta a região de Pernambuco e Paraíba, foi prometido por Lula para o final de 2010. Quando Dilma assumiu a Presidência, adiou a entrega para 19 de dezembro deste ano. Atualmente, a previsão mais otimista é 31 de dezembro de 2015.

Nilson Leitão afirma que a incompetência do governo para tocar essas obras só não é maior que a corrupção. “Além de não terminar, superfatura, desvia dinheiro público e todas as obras são apontadas pelo TCU com sobrepreço e falha de projeto”, aponta, ao classificar o governo de “incompetente, inoperante e desonesto”.

A Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, é outro caso grandioso em todos os sentidos: preços extrapolados, prazos não cumpridos e os mais altos valores de todo o PAC. Quando Dilma se tornou presidente, o preço de referência da obra, inicialmente calculado em US$ 2,4 bilhões, chegava a US$ 13,4 bilhões. A entrega total deveria ocorrer em dezembro de 2014, mas já está estimada para maio de 2015. Com a corrupção na Petrobras, o custo do projeto está avaliado em cerca de US$ 20 bilhões.

“O governo é incompetente por inteiro e não pode nem fazer propaganda daquilo que vai entregar. Acredito que a presidente passou dos limites da promessa não cumprida, da dissimulação com as obras públicas e está a ponto de ser vista com uma governante que apenas mente”, critica Leitão.

Das 11 obras prometidas para o fim deste ano, só as hidrelétricas Santo Antônio do Jari e Ferreira Gomes, no Amapá, ficarão prontas no prazo. Ainda faltam as obras de esgotamento sanitário das bacias do São Francisco e Parnaíba, no Nordeste; as ações de recuperação de solo e controle de processos erosivos nos dois rios, além das obras da adutora do Agreste, em Pernambuco, e da Vertente Litorânea (PB), sistema adutor de 94,8 km em construção na Paraíba. O arco rodoviário do Rio de Janeiro (RJ), que viu seu orçamento mais que dobrar, também não ficará pronto no prazo. As obras de 199 km da BR 101, que incluem o Arco Rodoviário de Recife, é outra das promessas não cumpridas. Fecha a lista a hidrelétrica de Colíder, em Mato Grosso.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

 

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20 outubro, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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