Descaso petista

Para Colnago, incompetência e corrupção explicam estado deplorável das rodovias brasileiras

A combinação de incompetência administrativa e corrupção, tão comum no governo de Dilma Rousseff, atrasa o desenvolvimento econômico, indigna os cidadãos e, pior ainda, é capaz de matar milhares deles, afirmou nesta sexta-feira (17) o deputado César Colnago (ES) ao analisar a Pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) sobre as rodovias. “Tem muita incompetência e muito roubo”, disse.

Segundo o levantamento, a cada dois quilômetros de vias, um apresenta trincas, buracos, afundamentos e ondulações, entre outros problemas, sendo classificado como regular, ruim ou péssimo. A instituição avaliou, entre 19 de maio de 17 de junho deste ano, 98.475 quilômetros, que correspondem a toda a malha federal pavimentada e aos principais trechos estaduais. Houve um acréscimo de 1.761 quilômetros (1,8%) em relação a 2013.

A causa para a grave situação, apontou a pesquisa, é a falta de investimentos. Pelo Plano CNT de Transporte e Logística, são necessários R$ 293,8 bilhões somente para o modal rodoviário. Valor bem superior ao que foi autorizado este ano pelo governo federal: R$ 11,93 bilhões. Até o fim de agosto, no entanto, só R$ 6,54 bilhões, o correspondente a 54,8% do montante já liberado, saiu efetivamente dos cofres públicos.

A fatura do descaso é paga com a vida de milhares de cidadãos – em 2013, foram registrados 186 mil acidentes e 8.551 óbitos em rodovias federais – e pelo setor produtivo. Sem malha viária de qualidade, escoar a produção fica mais caro ou até impossível. “Isso tudo é consequência da falta de investimentos em infraestrutura. Esse governo não tem nenhuma aptidão nem interesse em investir nessa área. Só anuncia e não executa o orçamento”, destacou o parlamentar do PSDB. “É o abandono total de um setor fundamental para o nosso crescimento. Por isso o país não cresce”, acrescentou.

O meio ambiente também é comprometido pelos desacertos do governo petista. De acordo com a CNT, o fato de 49,9% das rodovias possuírem pavimento regular, ruim ou péssimo representa um aumento no consumo de combustível dos veículos, tendo reflexo direto nos custos e nas emissões de poluentes.

EXEMPLO PAULISTA – Para a CNT, o governo tem dificuldade de executar os projetos, o que torna fundamental a participação da iniciativa privada para a melhoria da infraestrutura de transporte.

Em São Paulo, estado governado pelo PSDB, a dobradinha entre poder público e iniciativa privada oferece a motoristas, passageiros e pedestres as dez melhores rodovias do país, segundo pesquisa da instituição. Além disso, das 20 melhores colocadas no ranking, 18 são estaduais sob concessão em São Paulo.

A Rodovia dos Bandeirantes (SP-348) foi avaliada como a melhor do país pelo terceiro ano consecutivo. Na segunda colocação do ranking está a SP-330 (Anhanguera), no trecho entre São Paulo e Uberaba (MG). Em terceiro lugar está a D. Pedro I (SP-65), que liga Campinas (SP) a Jacareí (SP).

A pesquisa mostra ainda que 94,4% das rodovias concedidas que passam por São Paulo são consideradas ótimas e boas, enquanto apenas 37,9% da malha nacional apresentam o mesmo resultado.

 (Reportagem: Luciana Bezerra, com informações da Confederação Nacional do Transporte – CNT/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)