Cidadão que paga


Tucano culpa Dilma pelo rombo bilionário do setor elétrico a ser pago pelos consumidores

charge-2307Para um governo que diz priorizar os pobres, é contraditório ver a que ponto deixou chegar o setor elétrico nacional e o prejuízo que a sociedade terá de pagar, pesando principalmente no bolso dos mais carentes. Os equívocos da gestão petista no setor foram decisivos para o rombo que pode chegar a R$ 66,5 bilhões, conforme cálculo da CMU Comercializadora de Energia. Não é à toa que o deputado Nilson Pinto (PA) culpa a presidente Dilma pelo aumento nas tarifas de energia e pela desorganização no setor. A petista liderou toda a derrocada da área desde que esteve à frente de postos estratégicos – ministra de Minas e Energia e depois chefe da Casa Civil do governo Lula. À frente do Palácio do Planalto, as trapalhadas só continuaram.

Pelos cálculos da CMU, destacados pela jornalista Miriam Leitão, cada residência estaria devendo R$ 880 para pagar sua parte dessa conta bilionária. Isso dá em média 17 meses de contas de luz para uma família comum. Com esse dinheiro todo poderia ser feita a transposição do rio São Francisco sete vezes, pagar três anos de Bolsa Família ou realizar duas vezes todas as obras prometidas para a Copa do Mundo. A dívida se acumulou por decisões tomadas de maneira errada e pela ausência de outras medidas capazes ampliar a oferta de energia e de frear o consumo.

Play

“A culpa é da presidente Dilma, apresentada para todos os brasileiros como a grande gestora do sistema elétrico brasileiro. Ela era a pessoa que tinha competência para resolver os problemas do setor e o resultado do seu trabalho está aparecendo: falta de planejamento e erros nas tomadas de decisão. A consequência é esse rombo bilionário que se abateu sobre o sistema, provocando prejuízo para os consumidores de todo o Brasil”, alerta Nilson Pinto.  

Para o tucano, a presidente mentiu ao prometer redução da conta de luz e cometeu erro grave com a medida provisória que antecipou o fim de contratos de concessão para “cumprir com a promessa”. A MP provocou um efeito desastroso ao desajustar completamente o setor elétrico. Os atuais reajustes já anularam a redução e estima-se que nos próximos três anos o consumidor pagará pela crise atual.  “É um descalabro. Foi uma mentira, assim como tantas outras divulgadas por um governo que usa uma técnica nazista de propaganda”, critica o deputado.

dilma

Para Nilson Pinto, governo Dilma é marcado pela falta de planejamento. No setor de energia, isso se mostra de forma escancarada.

Medidas simples como uma campanha de conscientização para redução do consumo poderiam ter gerado importante economia e reduziria a necessidade de geração térmica que, além degradar o meio ambiente é cara e contribuiu fortemente para esse rombo bilionário). Com uma economia de 5% no consumo entre janeiro de 2013 e agosto de 2014, por exemplo, poderia haver uma economia de R$ 29 bilhões. Se houvesse uma campanha para desligar os aparelhos eletrônicos em stand-by nas casas haveria uma queda de 4,2% do consumo total do Sistema Integrado Nacional.

Essas são apenas algumas das inúmeras ações que o governo poderia ter adotado, mas por incapacidade gerencial não fez e permitiu que todos os brasileiros fossem prejudicados. O deputado paraense afirma que a falta de competência na Presidência da República é tão grande que o governo não consegue comandar medidas do tipo. “A falta de planejamento é generalizada em todos os setores e na área da infraestrutura e da energia elétrica é brutal”, avalia, ao destacar que o governo não precisaria recorrer às térmicas se tivesse agido antecipadamente.

A estiagem em 2014 é evidente, mas a crise tem outros motivos. Como destaca o jornal “O Globo”, a tentativa de derrubar o preço na marra, o adiamento do sistema de bandeiras tarifárias, a falta de campanhas para economizar eletricidade e o erro ao negociar oferta e demanda de energia criaram o curto-circuito no setor elétrico que vai para o bolso de todos nos próximos anos.  Portanto, é a pesada herança elétrica que começará a ser paga no ano que vem.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/Charge: Fernando Cabral/Áudio: Hélio Ricardo)

Compartilhe:
16 outubro, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *