Corrupção e desvios

Dilma estaria entre beneficiados por esquema criminoso na Petrobras, alertam tucanos

O PT e o governo de Dilma Rousseff conquistaram espaço cativo nas páginas policiais das grandes publicações e, a cada dia, estarrecem a população com notícias de novas falcatruas. A mais recente delas vem do depoimento do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa prestado sob regime de delação premiada e foi detalhada pela última edição da revista “Veja”.

Aos investigadores, ele disse que em 2010 o ex-ministro Antonio Palocci pediu-lhe R$ 2 milhões para a campanha presidencial de Dilma. Costa afirmou que, na ocasião, acionou o doleiro Alberto Youssef para providenciar o montante.

Para o deputado Carlos Sampaio (SP), que integra a CPI Mista da Petrobras, não há mais dúvidas sobre a participação dos petistas na organização criminosa que se instalou na estatal. “Agora temos mais uma prova de que Dilma se beneficiava do esquema da Petrobras!”, afirmou o parlamentar em seu perfil no Facebook.

Segundo o deputado Izalci (DF), que também participa da comissão de inquérito do Congresso, o episódio revelado por “Veja” reforça a certeza de que a presidente tinha conhecimento sobre tudo que ocorria na empresa. “Com certeza não foi só isso. Foi muito mais”, disse o tucano. “É lamentável que não tenhamos conseguido ainda divulgar todas essas falcatruas feitas na Petrobras”, acrescentou.

O parlamentar pediu à população que fique atenta às denúncias e não acredite na “balela dos que dizem que não sabem e não viram”. “É o esquema montado pelo PT para se manter no poder”, enfatizou.

SEMPRE NA CENA – Refugiado nas sombras desde 2011, quando foi revelado que multiplicou seu patrimônio em 20 em quatro anos, o ex-ministro Antonio Palocci volta à cena política envolvido, mais uma vez, num escândalo. “Ele é um dos ícones do PT e responsável pela captação de recursos. Tanto é que foi ministro da Fazenda e sempre esteve no primeiro escalão do governo”, destacou Izalci.

Apontado como o homem forte do PT, Palocci coleciona uma série de rolos ao longo das gestões de Lula e Dilma. O mais famoso deles ocorreu em 2006, quando o motorista Francisco das Chagas Costa e o caseiro Francenildo dos Santos Costa, ambos em depoimento à CPI dos Bingos, disseram que o ministro frequentava um casarão em Brasília onde a turma de Ribeirão Preto (SP) promovia negócios diurnos e festas noturnas.

O episódio tomou proporções gigantescas após a revelação de que os computadores da Caixa Econômica Federal foram bisbilhotados ilegalmente para emitir um extrato da conta bancária de Francenildo Costa. De acordo com a Procuradoria-Geral da República, os extratos bancários do caseiro foram entregues nas mãos do então ministro em sua casa em 16 de março de 2006. Ele escapou de uma punição no Supremo Tribunal Federal (STF), mas perdeu o comando do Ministério da Fazenda.

No governo Dilma, Palocci voltou à cena política à frente da Casa Civil. A permanência dele no cargo foi ainda mais rápida, pois logo surgiu uma série de denúncias comprometedoras. Entre elas, que o patrimônio do ministro cresceu 20 vezes em apenas quatro anos e que o luxuoso apartamento que alugava em São Paulo estava registrado em nome de um laranja.

(Reportagem: Luciana Bezerra, com informações da revista “Veja”/ Áudio: Hélio Ricardo)