Palanque na ONU


Dilma usa tribuna da ONU como palanque, mas “esquece” de citar desastres de gestão

itv31A tribuna da Assembleia Geral da ONU virou palanque nas mãos da presidente Dilma. Ela usou a maior parte do discurso de abertura para falar sobre os 12 anos de governo do PT sem, claro, citar os desastres de seu mandato. O uso de espaços oficiais em atos de campanha tem sido rotineiro, avisa a Carta de Formulação e Mobilização Política desta quinta-feira (25). “A sem-cerimônia com que o PT desvirtua espaços institucionais atravessou fronteiras”, diz o texto. Leia a íntegra:

A sem-cerimônia com que o PT desvirtua espaços institucionais atravessou fronteiras. O partido atualmente no poder transformou uma tradição de mais de seis décadas – a prerrogativa dada ao Brasil de abrir a assembleia geral da ONU – em mais um episódio da campanha eleitoral de Dilma Rousseff.

A presidente brasileira usou ontem a tribuna das Nações Unidas como palanque. Dos 24 minutos do discurso, a maior parte do tempo na tribuna foi empregada para fazer proselitismo sobre os 12 anos de governo do PT. Comodamente, Dilma absteve-se de prestar contas de seus ruinosos quatro anos de mandato…

A ida a Nova York foi explorada pelo marketing petista para gerar imagens de TV que a exibam com estofo internacional diante de incautos telespectadores no Brasil. A oportunidade na ONU é espaço institucional do qual os adversários da presidente da República, por razões óbvias, não dispõem. O PT não tem o menor escrúpulo em subvertê-lo.

Assim tem sido ao longo desta campanha, quando espaços oficiais têm sido usados rotineiramente para atos de campanha de Dilma. A cada fim de semana, por exemplo, o Palácio da Alvorada é usado para gravação de imagens em entrevistas que geram notícias nos telejornais do dia. Entrevistas e sabatinas também acontecem rotineiramente lá ou no Palácio do Planalto.

O excesso é tão gritante que até o insuspeito presidente do TSE já considerou “vantagem indevida” o uso de locais próprios do Estado “como um símbolo que a diferencia [Dilma] dos outros candidatos”, conforme afirmou o ministro José Antonio Dias Toffoli, ex-advogado do PT, recentemente. Dilma deu de ombros.

À audiência na ONU, a candidata-presidente apresentou números inflados de criação de empregos, duvidosas estatísticas sobre redução da pobreza no país e uma trajetória venturosa na queda da desigualdade que simplesmente deixou de ser verdadeira nos anos de governo dela.

Dilma também assegurou aos representantes dos 193 países-membro da ONU que seu governo empreende combate sem tréguas à corrupção. Quase simultaneamente, novas notícias sobre superfaturamento em obras da Petrobras saiam do forno do Tribunal de Contas da União aqui no Brasil…

Com a postura adotada ontem na Assembleia Geral da ONU, Dilma Rousseff apequenou o Brasil diante do mais importante fórum do concerto internacional das nações. Tal como um político de província, demonstrou seu desapreço pelas instituições e pelos ritos. A candidata-presidente fez política menor, mais ou menos à altura dela mesma.

(Fonte: ITV)

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25 setembro, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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