A vez de Alberto Youssef
Marco Tebaldi defende delação premiada de doleiro antes das eleições
A possibilidade de o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal, firmar um acordo de delação premiada dá novo fôlego às investigações sobre as falcatruas na Petrobras, mas não é suficiente para promover mudanças imediatas no quadro político, disse nesta quarta-feira (23) o deputado Marco Tebaldi (SC).
Segundo o tucano, é fundamental que as declarações do doleiro sejam divulgadas à sociedade, de preferência, antes das eleições. “Para o povo não ser enganado mais uma vez”, explicou o parlamentar. “Não adianta vazar informações depois do pleito e os responsáveis pelos desvios continuarem eleitos e impunes.”
Veículos de comunicação informaram ontem que Youssef estaria disposto a negociar um acordo de delação premiada para amenizar sua situação na Justiça – atualmente, ele é réu em 12 ações penais e corre o risco de ser condenado a mais de 100 anos de prisão. A decisão foi revelada pelo advogado do doleiro, Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, que já anunciou sua saída do caso.
O jornal “Folha de S.Paulo” desta quarta afirma que dois fatores pesaram para Youssef optar pelo recurso jurídico: a pressão da família e a delação premiada acertada pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.
O ex-diretor já teria entregado todos os detalhes do esquema montado por ele e Youssef na estatal e apontado os beneficiários. Mais de 60 pessoas já foram citadas por Costa. Entre elas, deputados, senadores, governadores e ministros da base governista da presidente Dilma Rousseff. No entanto, ele apresentou provas ou indícios concretos contra 37, dos quais 11 são senadores.
Tebaldi criticou, especialmente, os petistas, que propagandearam a falsa versão de que os tucanos privatizariam a companhia. “O sentimento é de que quebraram a maior empresa do Brasil, a joia da coroa brasileira. Eles roubaram e quebraram a Petrobras”, disse.
LAVA JATO – Costa e Youssef foram presos em março deste ano na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, sob acusação de encabeçarem uma quadrilha que movimentou R$ 10 bilhões por meio de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
O ex-diretor chegou a ser solto em maio, mas voltou em 11 junho à carceragem da PF. Na avaliação da Justiça, ele poderia fugir do país, já que mantinha US$ 23 milhões em contas na Suíça.
(Da redação, com informações dos jornais “Folha de S.Paulo” e “Metro”/ Charge: Fernando Cabral/ Áudio: Hélio Ricardo)
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