Mau momento
Pestana cobra mudanças na economia para reverter desaceleração no comércio
O comércio é a nova vítima do mau momento da economia brasileira. Nesta quinta-feira (12), o deputado Marcus Pestana (MG) alertou para a necessidade de se iniciar um novo ciclo econômico para reverter um quadro de total desaceleração. Números divulgados pelo IBGE mostram que as vendas do comércio caem há dois meses e o setor pode fechar o ano com o pior resultado em mais de 10 anos, caso mantido o ritmo atual.
“O que vemos é um cenário extremamente nebuloso. As perspectivas para o próximo ano não são nada animadoras, fruto dos equívocos do governo Dilma”, aponta Pestana. A expansão do consumo baseada em excesso de crédito não pôde se sustentar, na avaliação do deputado, porque faltaram investimentos em áreas fundamentais, como infraestrutura. O parlamentar lembra que as famílias chegaram a um nível elevado de endividamento e por isso há receio de consumir e a consequente baixa no comércio.
A piora da confiança dos consumidores, a recente escassez do crédito, os juros mais elevados e a inflação ainda em patamar alto contribuem para os resultados desanimadores. Economistas preveem que o varejo crescerá neste ano no máximo 4%, abaixo dos 4,5% de 2013. De janeiro a julho, as vendas subiram 3,5% diante do mesmo período de 2013. Em 12 meses, acumulam alta de 4,3%. De junho para julho, porém, as vendas caíram 1,1%, menor resultado mensal desde outubro de 2008, auge da crise global. Nesse ritmo, o setor terá o pior desempenho desde 2003, quando as vendas caíram 3,7%.
“A taxa de investimentos no Brasil é muito pequena e a infraestrutura rodoviária, aeroviária, ferroviária e de portos está completamente sucateada”, lembra Pestana, ao destacar que não se faz um país crescer apenas estimulando o crédito, como foi feito nos últimos anos. “As famílias estão excessivamente endividadas. Os mecanismos de ampliação da renda estão se esgotando e, nesse sentido, o consumo recaiu”, destaca.
Economista, o deputado afirma que o país precisa de uma grande retomada de investimentos para que o consumo se sustente. “Todo o comércio sente isso e a única forma é uma mudança completa para que tenhamos um novo ciclo econômico que não fique dando soluços como no governo Dilma”, defende.
As vendas de móveis e eletrodomésticos foram as que tiveram maior retração de junho para julho: 4,1%.
(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Kim Maia)
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