Pibinho de novo


Economia não deve sair do buraco até fim do governo Dilma, alerta tucano

economiaA presidente Dilma Rousseff alcançou nesta sexta-feira (29) mais uma marca negativa em sua gestão: o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas pelo país, encolheu 0,6% entre abril e junho quando comparado ao primeiro trimestre do ano, apontou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o Brasil entra em recessão – mais uma herança maldita deixada pelos petistas à frente do Palácio do Planalto. 

O IBGE também apontou retração no primeiro trimestre do ano, ao contrário do que divulgou em maio. Na ocasião, o PIB do período tinha expandido 0,2%. A revisão do dado, no entanto, demonstrou recuo de 0,2%. Com a sequência de dois trimestres seguidos de queda, configura-se um quadro que os economistas chamam de recessão técnica. A última vez em que o Brasil registrou situação como essa foi entre 2008 e 2009, durante a crise econômica mundial.

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O cenário, disse o deputado Valdivino de Oliveira (GO), é o pior possível e sem expectativa de melhora no curto prazo. “Não temos nenhum ambiente macroeconômico que possa indicar qualquer reversão desse índice”, alertou o parlamentar, que é economista. “O consumo e o investimento estão em baixa, o governo opera no limite dos seus gastos e a política externa privilegia os importados em detrimento da indústria brasileira”, completou.

NO VERMELHO –  Visto em detalhes, os dados do IBGE confirmam o diagnóstico do deputado. Houve a quarta redução seguida dos investimentos, o que demonstra desconfiança dos empresários com o futuro do país e o desgaste da credibilidade do governo do PT.

A indústria, mais uma vez, amarga os piores desempenhos. O setor retraiu 1,5% em relação ao primeiro trimestre de 2014. O de serviços também recuou (0,5%), puxado especialmente pelo desempenho negativo do Comércio (-2,2%). A agropecuária foi o único setor que cresceu, com leve alta de 0,2%.

Na comparação com o segundo trimestre de 2013, a agropecuária continuou estável, a indústria diminuiu 3,4% e os serviços avançaram 0,2%. No acumulado do 1º semestre em relação ao igual período de 2013, a agropecuária cresceu 1,2% e os serviços, 1,1%. A indústria, por sua vez, encolheu 1,4%.

Valdivino: desconfiança afasta investidores e mantém Brasil em maus lençóis.

Valdivino: não há qualquer evidência de que marasmo econômico será superado no curto prazo.

FALSO OTIMISMO – O desempenho do PIB reforça as perspectivas pessimistas de crescimento do Brasil em 2014. Para as principais instituições financeiras do país, deve ficar em 0,7%, conforme revelou o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central na segunda-feira (25). Analistas do Fundo Monetário Internacional (FMI) estimam 1,3%. Percentual bem próximo do revisado pelo Banco Central, que prevê expansão de 1,6%.

Na contramão dos números e do mercado, o governo é otimista e projeta crescimento de 1,8%. Ao longo do primeiro semestre do ano, apostava em um PIB de 2,5%. O número contrariava, inclusive, dados oficiais que comprovam a estagnação da indústria, da geração de emprego e dos investimentos, além do avanço da inflação.

A falsa confiança petista não deve surtir mais efeito sobre a população, disse Valdivino. “Esse governo vem falando em melhora desde o ano passado. Em 2013, disse que o PIB ia crescer este ano 2,5%. Depois, foi reduzindo, reduzindo e reduzindo. Hoje os dados apontam para uma recessão”, criticou. “O governo quer sempre vender a ilusão de que a política dele está correta e que a economia vai reagir. Mas é apenas ilusão. Os indicadores macroeconômicos não dão segurança para uma reversão dessa tendência”, acrescentou.

PREVISÕES FURADAS DE MINISTRO – Seguindo estratégia do Palácio do Planalto, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, desvaloriza todas as evidências de crise e protagoniza situações constrangedoras ao tentar atribuir à economia internacional a culpa pelo que ocorre com o Brasil. Ao justificar nesta sexta o recuo do PIB, ele não admitiu que o país entrou em recessão técnica. Preferiu chamar de “parada prolongada” o resultado da combinação de cenário internacional desfavorável, falta de chuva e menor número de dias úteis entre abril e junho. Pelo menos, o ministro assumiu publicamente que não será possível fechar 2014 com a economia crescendo 1,8%.

Ao admitir a revisão, Mantega quebra uma sequência de expectativas positivas que tentou emplacar junto ao mercado. Em abril, ele disse que “precisamos da recuperação da economia internacional para poder utilizar todo nosso potencial produtivo. Enquanto isso não acontece, cresceremos a taxas menores do que o nosso potencial, de 2% a 2,5%”.

Dois meses depois, o petista lançou mão novamente de seus duvidosos poderes premonitórios. Segundo ele, “havia sinais de melhora da confiança do consumidor e do comércio, além de mudança de humor. Isso deveria contribuir para um maior crescimento do consumo e da economia brasileira no 2º semestre”. 

(Reportagem: Luciana Bezerra/ Charge: Fernando Cabral/Foto: Alexssandro Loyola)

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29 agosto, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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