País penalizado


Tolerância à corrupção e incompetência explicam atrasos e explosão dos custos no PAC, diz Bittar

marcioA infraestrutura nacional sofre as consequências de um governo incapaz de promover os avanços necessários por colocar interesses próprios acima das necessidades do país. Obras que se arrastam cheias de irregularidades e gastos exorbitantes se tornaram marca da gestão petista. Levantamento feito pela Consultoria Ilos, por exemplo, mostra que a média de atraso nos empreendimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é de quatro anos, com custo final 85% superior ao previsto nos projetos iniciais. Em alguns casos, o investimento chega a ser 500% maior que o previsto.

Apesar dos entraves burocráticos e problemas ambientais, que podem ser entraves ao andamento das obras, o deputado Márcio Bittar (AC) avalia que é a corrupção a maior causa dos problemas. O parlamentar afirma que o planejamento e o orçamento se tornaram peças fictícias durante os governo do PT e a máquina pública, completamente tomada por militantes, tem sido usada para atender aos interesses do partido da presidente da República, prejudicando o país.

Play

“Nós temos um governo sem valores. Não tem ética, não combate a corrupção e não sabe estabelecer prioridades. Planejamento e orçamento não significam nada para eles. Houve ainda muita corrupção neste governo. Fazem de forma descarada e não se envergonham, atuando sempre em prol de um tal projeto que é, na verdade, em prol do partido”, criticou nesta segunda-feira (21).

Inúmeros casos – Para ele, casos como o do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) acontecem porque a corrupção alcançou níveis nunca antes atingidos. De acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU), o projeto deveria ser concluído em 2011, a um custo de US$ 6,1 bilhões. O tribunal prevê que a obra será entregue em 2021 e a Petrobras subiu a previsão de gastos para US$ 30,5 bilhões. Já no balanço do PAC, a previsão é agosto de 2016, e gastos de R$ 27,8 bilhões. De qualquer forma, são disparidades gigantescas entre o valor inicial e o possível valor final, tal como a data de conclusão.

Esse não é um caso isolado. A Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, já aumentou 537% em relação ao orçamento inicial e só deve ficar pronta em 2015, quatro anos depois que o previsto. O TCU apontou superfaturamento de R$ 69,6 milhões em preços e serviços para implantação da refinaria. Erros na caracterização do solo provocaram aumento de R$ 210 milhões no investimento. Atraso na execução das obras das tubovias elevaram o valor da obra em R$ 510 milhões.

Os (mau) exemplos se sucedem: a Ferrovia Transnordestina é outro empreendimento que, se concluída, ajudaria o país a crescer, pois reduziria os custos do transporte e resolveria parte dos problemas de logística.  Estimada inicialmente em R$ 4,5 bilhões, vai consumir cerca de R$ 9,2 bilhões e ficar pronta, caso se concretize as novas previsões, em 2016, seis anos depois do que se esperava.

O setor elétrico, que já vive dias de pane graças a ingerência federal, é outro relegado ao descaso. As usinas hidrelétricas de Belo Monte, no Pará, Jirau e Santo Antônio, em Rondônia, tiveram seus investimentos majorados em 312%, 80,4% e 108%, respectivamente. Quase a totalidade dessas obras são investigadas pelo TCU por conta das irregularidades apresentadas. Como mostra o “Correio Braziliense” nesta segunda-feira (21), os empreendimentos estão repletos de superfaturamentos e erros na execução dos contratos.

Bittar afirma que é impossível ter confiança em um governo que elabora seus projetos tendo em vista beneficiar a si próprio.  “Eles carregam em seu DNA o autoritarismo, o desgoverno, a partidarização, a instrumentalização e isso não tem como consertar”, lamenta. Para o tucano, é preciso fazer uma varredura nos órgãos governamentais para acabar com a corrupção, o desperdício e a  incompetência.

(Reportagem: Djan Moreno / Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

Compartilhe:
21 julho, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *