Alta nos preços


Brasileiros são penalizados com descontrole da inflação por incompetência do governo

A sensação de que os preços estão nas alturas tomou conta das ruas do país. Uma pesquisa do Instituto Ipsos, encomendada pela Fiesp, mostrou que dois em cada três brasileiros perceberam um aumento dos 7456396060_13ea0e9eda_bpreços nos últimos seis meses. Alimentos e gastos com habitação foram os itens que tiveram alta maior, na percepção dos entrevistados. Para 69% da população, houve grande aumento dos preços no período. A maioria culpa o governo pelo problema.

Na avaliação do deputado Emanuel Fernandes (SP), há uma percepção de que a inflação não está completamente controlada porque as pessoas têm sentido uma redução do poder de compra. Seja nos supermercados, nos restaurantes ou no preço dos imóveis. Para ele, o governo não consegue encontrar o caminho correto para manter os preços estáveis e a inflação sob controle.

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“O governo acha que consegue segurar a inflação com canetada, mas não está conseguindo”. Para ele, é a ineficiência da gestão da presidente Dilma que penaliza os brasileiros com tanta carestia. “O governo é que atrapalha, pois sua incompetência faz os preços subirem”, alerta.

De acordo com o levantamento da Fiesp, que ouviu mil pessoas em todas as regiões do país entre os dias 17 e 31 de maio, a análise é muito parecida entre as diferentes faixas de renda, grau de instrução e faixas etárias. Nas classes A, B e C, 67% têm a percepção de que houve aumento e, nas classes D e E, 70%. Entre os que têm menor escolaridade, a percepção é de 72% e, entre os mais instruídos, de 63%.

Entre os itens citados na pesquisa como os que mais sofreram variação de preços, alimentação e bebidas foram citadas por 90% dos entrevistados, seguidos por habitação (44%) e alimentação fora de casa (30%). Ao todo, 87% dos entrevistados declararam que o salário “não tem compensado o aumento de preços”.

Emanuel avalia que para os mais pobres a realidade é cruel, pois os baixos salários são completamente consumidos pelos itens básicos.  “A inflação para os mais pobres é bem maior, baseado na cesta básica, nos principais itens de consumo, que são os que mais sobem. Portanto, os mais pobres são os mais penalizados pela inflação. Isso mostra que o governo não é sério no combate à inflação”, avalia o tucano. No acumulado dos últimos doze meses (até junho), a inflação passou o teto da meta e atingiu 6,52%.

Assim como Emanuel, 73% das pessoas ouvidas no levantamento atribuem a responsabilidade à política econômica do governo. Perguntados a respeito de soluções para conter a inflação, os entrevistados citaram pontos como o controle dos gastos públicos (38% do total) e o congelamento de preços (37%). A maioria dos entrevistados (89%) não concorda com o aumento de juros como forma de controle da inflação. Na quarta-feira (16), o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa básica (Selic) em 11% ao ano.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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17 julho, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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