Comissão chapa-branca


Macris defende CPI Mista e responde a senador petista que apuração não será perda de tempo

O primeiro vice-líder do PSDB na Câmara, Vanderlei Macris (SP), garantiu que a CPI Mista da Petrobras, com início dos trabalhos previsto para amanhã (28), não representará perda de tempo, a exemplo do que 9674132978_586e5190a5_hacontece com a comissão sobre a estatal no Senado. Nesta terça, a presidente da companhia, Graça Foster, prestou depoimento de pouco mais de três horas aos senadores da comissão. Mais uma vez, a audiência foi esvaziada.

“O governo tem o claro objetivo de criar o mínimo de marola nas histórias que envolvem a Petrobras. Tamanho escândalo sobre a estatal não pode ser resumido nessa CPI chapa-branca criada só para ouvir o lado do governo”, criticou o parlamentar, em resposta à provocação do relator da comissão no Senado, José Pimentel (PT-CE), nesta terça-feira (27). O petista destacou, mais uma vez, a ausência da oposição nas inquirições da CPI e deu a entender para a imprensa que as investigações são perda de tempo e têm sido realizadas por imposição do Supremo Tribunal Federal (STF).

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“Somente a CPMI será capaz de aprofundar as apurações sobre a Petrobras. Até agora, só temos visto a versão do governo, o que não tem contribuído para esclarecer aquilo que a sociedade quer saber. Nossa comissão não será perda de tempo”, acrescentou Macris.

Atrasos e gastos excessivos – À vontade numa audiência esvaziada e comandada por aliados do Palácio do Planalto, Graça Foster admitiu que a obra de construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, está três anos atrasada e que o valor incialmente previsto para ser investido nela, US$ 2,4 bilhões, considerava somente uma etapa preliminar e não seria suficiente para todo o empreendimento. Segundo ela, o custo inicial era, de fato, US$ 13,4 bilhões. No entanto, esse valor já chega a US$ 18,5 bilhões, reconheceu a presidente da estatal.

Foster também afirmou que a Petrobras firmou 318 contratos e 343 aditivos na refinaria de Abreu e Lima. Ela ressaltou que nem todos os aditivos representaram elevação de valores, embora pudessem indiretamente impactar nos custos.

A presidente da Petrobras voltou a reprovar a aquisição da refinaria de Pasadena (EUA), assim como fez anteriormente em audiências no Congresso. Ela afirmou que, caso o Conselho de Administração da companhia tivesse conhecimento das cláusulas omitidas no resumo executivo pelo ex-diretor da área Internacional Nestor Cerveró, “talvez” não tivesse aprovado a compra da unidade.

A “Put Option” determinava que, havendo desavença entre os sócios, a outra parte seria obrigada a adquirir o restante das ações da refinaria. A “Marlim” assegurava à empresa belga Astra Oil, sócia da Petrobras no negócio, um lucro de 6,9% ao ano.

Assim como seu antecessor no comando da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, ela isentou a presidente Dilma Rousseff de qualquer responsabilidade a respeito da operação que causou prejuízo de US$ 530 milhões à Petrobras. A titular da companhia distribuiu a culpa entre os integrantes do colegiado.

Fim do prazo – Termina nesta terça (27) o prazo para o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), indicar os integrantes da CPI Mista da Petrobras, caso alguns partidos ainda resistam em apresentar suas indicações. Vencida essa etapa, os trabalhos devem começar já amanhã.

Representarão o PSDB os deputados Carlos Sampaio (SP), como titular, e Izalci (DF), no cargo de suplente, além dos senadores Alvaro Dias (PR), titular, e Rubens Figueiró (MS), suplente.

(Reportagem: Luciana Bezerra/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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27 maio, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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