Rombo de US$ 1,25 bilhão


Novas revelações sobre Pasadena mostram descaso de petistas com dinheiro da Petrobras

12458987785_01bba8786f_hEstá cada dia mais difícil para a presidente Dilma Rousseff e sua base aliada abafarem as evidências que atestam a má gestão da Petrobras. Novos documentos revelados nos últimos dias comprovam que o rombo de US$1,25 bilhão deixado nos cofres da estatal por conta da compra da refinaria de Pasadena (EUA) poderia ter sido bem menor não fossem as decisões equivocadas dos dirigentes da companhia brasileira.

Em dois momentos, a trading belga Astra tentou chegar a um entendimento com a Petrobras sobre a refinaria. O primeiro, segundo a edição desta segunda-feira (22) da “Folha de S.Paulo”, ocorreu em 2007, assim que surgiram as divergências entre os sócios sobre os planos de investimento na unidade. Um ano depois de vender 50% de Pasadena para a estatal, o grupo Astra tentou recomprar a fatia, mas a proposta foi negada pelo então presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.

A segunda tentativa de acordo, conforme reportagem da revista “Época” do fim de semana, ocorreu durante o litígio entre as empresas na Justiça americana, que se estendeu de 2008 a 2012. Representantes da empresa estrangeira sinalizaram em diversas ocasiões para a possibilidade de entendimento. Mas, sob a orientação do departamento jurídico da estatal e ignorando a opinião de técnicos, Gabrielli desconsiderou todos os acenos da Astra. Com o aval da diretoria executiva e do Conselho de Administração, a Petrobras continuou a brigar na Justiça com o grupo.

A opção não poderia ter sido pior. Em vez de pagar a indenização de US$ 639 milhões à Astra pelos 50% restantes de Pasadena, segundo decisão da Justiça americana em 2009, a companhia seguiu firme no litígio e, em 2012, foi obrigada a desembolsar US$ 885 milhões. Esse valor inclui a refinaria, juros, multas e estoques de petróleo.

 Na avaliação do deputado Luiz Carlos Hauly (PR), as últimas revelações dão nova força para a CPI da Petrobras. “O Gabrielli e o Nestor Cerveró [diretor da área internacional da Petrobras na época da aquisição de Pasadena] mentiram ao omitir essas informações, que são preciosas para o Congresso Nacional, para a sociedade e para os acionistas”, afirmou o parlamentar nesta terça-feira (22).

Em sua página no Facebook, o deputado Emanuel Fernandes (SP) escreveu que os novos dados suscitam muitos questionamentos sobre a operação de compra. “A cada dia temos mais perguntas que respostas sobre a refinaria de Pasadena.”

(Reportagem: Luciana Bezerra/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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22 abril, 2014 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Rombo de US$ 1,25 bilhão”

  1. Nair gomes disse:

    Cargos importantíssimos e ocupados por pessoas sem o menor preparo, ou talvez até pior, só vendo brechas para se locupletarem, só pode dar nisto.
    Como cidadã ficaria extremamente feliz, se todos, repito todos, os cargos públicos só fossem ocupados através de concurso, onde só os mais capazes iriam administrar nosso país. Teríamos muito menos corrupção, facilidade de punir os que não forem éticos, responsáveis, um país muito melhor administrado, com infinitas possibilidades de ser o que podemos e deveríamos ser, ou seja um país de Primeiro Mundo. Educar o povo, prepara-lo para o mercado de trabalho, seria mais um grande passo rumo ao desenvolvimento e qualidade de vida a todos.

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