Os malfeitos e os malfeitores que quebram a Petrobras, por Antonio Imbassahy


A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), com a participação de deputados e senadores, pela qual lutamos, tem como objetivo maior defender, proteger e preservar a Petrobras, patrimônio dos brasileiros, que tem sido irresponsavelmente usado pelo governo petista com fins político-eleitoreiros.

Essa forma nociva de gestão, marcada pelo aparelhamento e apadrinhamento, transformou a Petrobras em uma das empresas mais endividadas do mundo e reduziu drasticamente seu valor de mercado, que de US$ 236 bilhões em 2010 caiu US$ 86 bilhões no início de abril – 64% a menos. Há cinco anos, a Petrobras era a 12ª maior empresa do planeta, atualmente é a 120ª. Beira à quebrança.

A CPI é imprescindível para que os (ir)responsáveis respondam, perante à Nação, pelos malfeitos que fizeram e continuam a fazer com a Petrobrás, e quais seus reais objetivos. O Brasil quer uma explicação racional e decente, se é que isso é possível, sobre a escandalosa compra da refinaria Pasadena, no Texas, ocorrida na gestão do então presidente da empresa José Sergio Gabrielli, e que teve a autorização pessoal da presidente Dilma Rousseff, que à época presidia o Conselho de Administração da Petrobras. A negociação causou um rombo de R$ 2,3 bilhões à Petrobras.

A presidente confessou ter autorizado a compra baseada num parecer incompleto, “técnica e juridicamente falho”, de duas páginas e meia, passando atestado de dirigente relapsa. A revelação de que a presidente avalizou a compra foi apenas o início de uma sucessão de fatos negativos envolvendo a Petrobras – a prisão de um de seus ex-diretores, Paulo Roberto Costa, na operação da Polícia Federal que investiga um esquema de lavagem de dinheiro, a mesma que também levou à cadeia o doleiro Alberto Youssef; a demissão do diretor responsável pelo tal parecer falho, denúncias de superfaturamento em obras de refinarias, indícios de pagamento de propina.

A CPI se impõe ainda como meio de apurar outros pontos, como a denúncia de pagamento de US$ 139 milhões em suborno pela empresa holandesa SBM Offshore a intermediários e funcionários da Petrobras; fortes indícios de superfaturamento na construção de refinarias como a Abreu e Lima, em Pernambuco, orçada inicialmente em US$ 2,5 bilhões e hoje passa dos US$ 18 bilhões; e apurar as denúncias de que plataformas são lançadas ao mar sem que os equipamentos estejam devidamente instalados, colocando em risco a segurança dos trabalhadores.

Entendemos que é um direito do povo brasileiro saber o que está acontecendo na Petrobras e que é dever nosso, como parlamentar, buscar explicações, chamar os responsáveis para que esclareçam os malfeitos e que sejam punidos, se for o caso.

O silêncio do governo e as manobras da sua base de apoio no Congresso para impedir que a CPI seja criada são uma vergonha, sintoma de culpa no cartório e de impunidades. O fato é que a Petrobras, nunca antes em sua história de 60 anos, foi tão vilipendiada. E a origem de tantos descalabros está no modelo petista de loteamento do Estado brasileiro, a pretexto de ocupar todos os espaços e se locupletar, se perpetuar no poder.

A Petrobras pertence aos brasileiros. Não é propriedade de nenhum partido ou governante de plantão. Vamos, a partir de tudo esclarecido, resgatar o nome, o valor e o prestígio internacional dessa empresa que é símbolo da Nação. Chega de bandalheiras. É chegada a hora de mudar de verdade este país. Pois sabemos, ‘se trabalhar direito, o Brasil tem jeito’.

*Antonio Imbassahy, deputado federal e líder do PSDB na Câmara.  Artigo publicado no jornal “A Tarde”.

Compartilhe:
17 abril, 2014 Artigosblog Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *