Lentidão


Legado da Copa em mobilidade urbana vai ficar longe do prometido por Lula e Dilma

Falta de planejamento e má administração marcaram o governo do PT de tal forma que se tornaram símbolos das gestões de Lula e Dilma. As obras de mobilidade urbana previstas na segunda etapa do Programa de Silvio Torres_Helio SantosAceleração do Crescimento (PAC 2) são exemplos claros disso. Os deputados Hélio Santos (MA) Silvio Torres (SP) afirmam que dificilmente a Copa deixará o legado prometido pelo Planalto, já que, a dois meses do evento, as ações mal saíram do papel.

A maior parte dos empreendimentos só deve ser entregue na terceira etapa do programa, que será voltada para investimentos no setor. Das 253 obras previstas para o período 2011 a 2014, apenas 26% estão em andamento, em operação ou já foram concluídas. Só quatro foram entregues, de acordo com o 9º Balanço do PAC 2.

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Sessenta ações estão em obras e uma em operação (implantação completa do trecho Carlito Benevides a Chico da Silva, na Linha Sul do metrô de Fortaleza). Um empreendimento está em licitação de projeto, 18 em licitação de obra e a maioria (169) encontra-se em fase preparatória. Dos quatro empreendimentos considerados “emblemáticos”, apenas um foi concluído. Burocracia, fragilidade e falta de projetos são os principais entraves.

Ou seja, faltou planejar melhor as iniciativas. Característica típica da má administração, como destaca Hélio Santos. “Pelo que temos acompanhado, a administração da presidente Dilma tem deixado a desejar por todos os lados, seja na saúde, na educação, ou na infraestrutura, com o PAC. E a prova maior está aí: apenas quatro empreendimentos realizados”, apontou.

O tucano ressalta que essa morosidade foi herdada de Lula. A transposição do rio São Francisco e outras iniciativas prometidas pelo ex-presidente nunca foram entregues. “Isso é a prova da incompetência do PT na administração do país, que não pode permanecer nessa situação que está, de caos generalizado”, destacou.

Lentidão é notícia
Importantes publicações internacionais têm retratado a situação preocupante do país. Na última semana, o jornal “The New York Times” abordou, em reportagem, os atrasos e altos custos dos estádios construídos para a Copa. O jornal cita obras estagnadas, a exemplo da ferrovia Transnordestina, que também faz parte da segunda etapa do PAC. A construção está entre as mais significativas do programa e tem previsão para 2016, seis anos depois do prazo estabelecido pelo governo federal e com aumento de R$ 5,4 bilhões no orçamento. “Falta competência. Não dão conta de administrar o país e esse programa se tornou um engodo”, lamenta Santos.

Silvio Torres lembra que os investimentos do PAC em mobilidade urbana deveriam ser destinados à construção de metrôs, monotrilhos, aeromóveis, trens urbanos, Veículos Leves sobre Trilhos (VLT), corredores de ônibus e teleféricos nas principais capitais, grandes e médias cidades brasileiras. Ele acredita que apenas metade do que foi prometido quando o  Brasil foi escolhido para sediar a Copa sairá do papel.

“Não são só as obras de mobilidade urbana, mas muitas outras prometidas que dizem respeito à infraestrutura geral, como aeroportos”, disse. O parlamentar lembra que a população está nas ruas porque há uma grande insatisfação. “Essa está longe de ser a Copa das Copas, como garantiu a presidente Dilma”, disse.

De acordo com pesquisa Datafolha divulgada no dia 8 de abril, 55% dos entrevistados acham que a competição trará mais prejuízos para a população em geral do que benefícios e, para 49%, esses prejuízos serão pessoais.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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16 abril, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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