Cronologia da má gestão


Dilma amarga inferno astral com popularidade em queda, Brasil rebaixado e Petrobras na berlinda

Março foi um mês recheado de más notícias para Dilma Rousseff, que cada vez deixa mais clara sua incapacidade para governar o país. O inferno astral tem múltiplas causas, como os discursos sem sentido, a tomada de decisões sem o devido cuidado e a inabilidade política e administrativa. Entre os resultados, alta reprovação popular em áreas sensíveis como saúde, rebaixamento da nota do Brasil por agência internacional de classificação de risco e a revelação sucessiva de malfeitos na maior estatal brasileira – a Petrobras – motivando o pedido de criação de CPI no Congresso. Confira estes e outros destaques do mês que está acabando:

charge-2603Nota vermelha em pesquisa: pesquisa CNI/Ibope aponta reprovação popular do governo Dilma em todas as nove áreas aferidas pelo levantamento (saúde, impostos, educação, taxa de juros, combate à inflação, combate ao desemprego, meio ambiente e combate à fome e à pobreza). Divulgada no último dia 27, a última rodada do levantamento é uma resposta dos brasileiros a tantos desmandos. A somatória dos que consideram a atual gestão regular ou ruim/péssima atinge 63%. Para tucanos, os números refletem a incapacidade da petista de promover melhorias concretas em áreas cruciais para a vida da população e à percepção dos brasileiros de que o país caminha para o rumo errado.

Brasil rebaixado por agência de risco: no dia 24, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixa a nota de crédito do Brasil, coroando a má qualidade do conjunto da obra de Dilma. A S&P citou a deterioração das contas públicas, o endividamento ascendente e os prognósticos declinantes para o crescimento da nossa economia como razões para a decisão. Há possibilidade concreta, por exemplo, de o teto da meta de inflação (6,5% ao ano) ser batido nos próximos meses.

Aval a péssimo negócio na Petrobras: nunca antes na história deste país a Petrobras amargou tantas notícias negativas como em março. A maior estatal brasileira vem sendo alvo certeiro dos malfeitos da gestão petista, com prejuízos bilionários para os seus acionistas e para o país. Um dos símbolos da dilapidação da Petrobras é a desastrosa compra da refinaria de Pasadena, nos EUA.  A justificativa da presidente Dilma de que só apoiou em 2006 a aquisição de Pasadena porque recebeu “informações incompletas” de um parecer “técnica e juridicamente falho” comprova que a petista toma decisões importantes para o país sem o devido cuidado. Se a petista fosse, de fato, uma boa “gerente”, teria tido mais cuidado.

Malfeitos levam à CPI: o prejuízo bilionário registrado nesta operação foi um dos motivos que levaram a oposição a defender uma CPI para investigar desmandos na Petrobras. O PSDB teve papel decisivo para o êxito na coleta de assinaturas. Para os tucanos, a investigação é crucial para defender a estatal no processo de destruição de seu patrimônio conduzido pelo PT. Para se ter uma ideia, em 2008, o valor de mercado da Petrobras alcançou R$ 450 bilhões. Hoje, não chega a R$ 190 bilhões. Milhares de brasileiros que investiram em ações da estatal amargam perdas.

charge-2803Comissão investigará petrolífera: no dia 11, o plenário da Câmara impôs uma derrota humilhante para a presidente ao aprovar, por 267 votos a 28, o requerimento da oposição que cria comissão externa de deputados para ir à Holanda acompanhar a investigação de denúncias de propina na Petrobras. O resultado ocorreu meio a uma crise envolvendo a base aliada ao Planalto na Casa. A suspeita é de que US$ 139 milhões teriam sido destinados a intermediários e funcionários da Petrobras pela empresa holandesa SBM Offshore, que aluga plataformas de petróleo. A PF e MP também vão apurar o caso.

Convocação de ministros: a criação da comissão externa não foi a única derrota de Dilma no Parlamento. Em apenas um dia (12/3), comissões aprovaram a vinda de dez ministros e da presidente da Petrobras para vir à Câmara para dar explicações sobre desmandos diversos. Deputados atribuíram a crise à incapacidade de articulação política e de diálogo da petista, cada vez mais escancarada. Além disso, avaliam que a rebelião representa um basta à tentativa da gestão petista de transformar o Legislativo em quintal do Planalto.

Discursos sem sentido: “Pode saber que sempre que você vê, sabe, você vê isso tudo, você fica achando que é, os meus problemas também passam a ser muito pequenos, os problemas de cada um da gente, porque é a gente diante da natureza e da força dela, não é?”. Foi o que afirmou Dilma em entrevista coletiva concedida no último dia 15 em Porto Velho (RO), em mais um exemplo de discurso confusos e sem sentido. O pior é a repetição sucessiva de falas descoordenadas da petista tanto no Brasil como no exterior.

Desastre no setor elétrico: a fantasia de contas de luz baratinhas que o governo propagandeou à exaustão em 2012 não vai durar. O modelo do setor elétrico idealizado por Dilma está fazendo água por todos os cantos e demandando aportes bilionários, bancados por contribuintes e consumidores. Em março,  a equipe econômica anunciou um pacotaço que eleva a R$ 31 bilhões os custos gerados pelo desequilíbrio criado no setor a partir da edição de uma medida provisória em 2012. Para bancar o rombo, vem mais aumento aí. Mas de olho nas urnas, a conta será repassada ao consumidor somente depois das eleições.  E mais: apesar das negativas reiteradas de racionamento, no fim do mês o governo admitiu a necessidade de economia de energia para não faltar luz na Copa, em junho.

Terra arrasada nas estatais: além da Petrobras, a Eletrobras também está se tornando um símbolo da má gestão petista. Curiosamente, enquanto esteve na oposição, o PT se notabilizou por um incisivo discurso de defesa dessas empresas, apresentando seus adversários com capazes de um monte de maldades. Mas os verdadeiros algozes são eles mesmos. Apenas no 4º trimestre de 2013, por exemplo, a  Eletrobras registrou prejuízo líquido consolidado de R$ 5,5 bilhões.  A empresa paga caro pela mudança do marco legal do setor elétrico determinada em setembro de 2012 pela presidente Dilma.

(Da redação/Charges: Fernando Cabral)

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31 março, 2014 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Cronologia da má gestão”

  1. Outro dia conversando com um amigo sobre a Forma de Governo Monárquico, dizia ele: Nada funciona com nosso povo e nossos políticos, são todos corruptos. Esta afirmativa não é verdadeira. Imagine um motorista na estrada, depara com sinal eletrônico, marcando 50 Km. Por hora. Ele vai andar a 60 Km. ou vai cumprir a Lei? O cidadão não precisa ser honesto para governar ou cumprir a Lei. A questão não é a Lei, sim quem a faz cumprir.
    Quando governo e o Estado mistura-se, o Estado sempre perde. Não faltam exemplos disso no Brasil. Quantas vezes nossos tribunais, especialmente o STF e o STJ, proferiram decisões eticamente questionáveis por causa de interesses políticos em jogo? Quantas vezes vimos nossos políticos tomarem decisões claramente danosas para a pátria, mas que lhes favoreciam politicamente? Quantas vezes o partido político que se encontra no poder prejudica o partido adversário, por não querer entrar em conchavo?
    É vergonhoso, mas é fato: no Brasil os órgãos de Estado servem prioritariamente ao governo e não à PÁTRIA, como deveria ser. A União é a principal cliente dos “órgãos de Estado”, especialmente a presidência da república. E tudo por quê? Porque o Brasil é uma república presidencialista.
    Quem perde com isso é a sociedade brasileira porque tal cenário favorece a corrupção política e a ineficiência dos serviços públicos. E claro: os órgãos de Estado perdem autonomia e credibilidade perante a nação.
    Vejam que paradoxo a república presidencialista gera no Brasil: o órgão que em tese deveriam defender os interesses de Estado fica vendido ao interesse transitório dos governos.
    Exemplo disso é o Procurador Geral da República que pode ser exonerado do cargo tão logo o presidente o queira. É verdade que a Constituição condiciona a validade do ato à aprovação do Senado Federal. Entretanto, tal condicionamento é mais formal do que prático, principalmente se considerarmos que o Senado, no Brasil, pertence à base aliada da presidência da república.

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