Haja incompetência!

Falta de planejamento provocou desperdício bilionário na transposição do São Francisco, lamenta Gomes de Matos

“Quantos bilhões não foram para o ralo por falta de um compromisso mais sério em uma obra dessa magnitude?”, questionou o tucano.

Não é somente a oposição que vem alertando seguidamente para os prejuízos provocados pela incompetência dos governos do PT em relação à transposição do rio São Francisco. Nesta semana, em audiência na Câmara na comissão que analisa o andamento do empreendimento, representante do Tribunal de Contas da União afirmou que a falta de planejamento do Planalto prejudicou aquela que é a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento. Coordenador do colegiado, o deputado Raimundo Gomes de Matos (CE) disse que bilhões foram jogados no ralo com essa postura.

De acordo com o que foi apresentado, a transposição já tem custo superior a R$ 8 bilhões. A previsão era de que a obra estivesse concluída em 2012, ao custo de R$ 4,7 bilhões. Semana passada, também na Câmara, o ministro da Integração Nacional anunciou nova data de inauguração: setembro de 2016.  “Mais uma vez se comprova a falta de planejamento em varias ações governamentais”, criticou o tucano.  “Quantos bilhões não foram para o ralo por falta de um compromisso mais sério em uma obra dessa magnitude?”, questionou.

O TCU apontou problemas encontrados durante as fiscalizações realizadas desde 2005. Entre eles estão o sobrepreço em editais e contratos, projeto básico deficiente – resultando em aditivos desnecessários,  deficiência de fiscalização e supervisão, além dos sucessivos atrasos nas obras. De acordo com secretário de fiscalização de infraestrutura portuária, hídrica e ferroviária do TCU, Davi Gomes Barreto, sempre houve atuação tempestiva da Corte para que o Ministério da Integração Nacional corrigisse os problemas apontados.

Segundo o TCU, foi preparado para um documento com recomendações do órgão sobre essas questões. Com isso, deverá ser definida nova metodologia de gestão e atuação nos processos administrativos com objetivo de apurar os atrasos e refazer serviços deteriorados, entre outros pontos. Davi Mas garantiu que a fiscalização em relação ao Ministério da Integração está muito mais rigorosa para que possa ser cumprido o que foi proposto. 

(Reportagem: Thábata Manhiça/ Áudio: Hélio Ricardo)