Mais um escândalo


Izalci defende que CPI Mista da Petrobras apure denúncia de doações de imóveis a parentes

IZALCI

“Vou pedir aos cartórios cópias das escrituras de transferência para caracterizar que foi uma atitude premeditada”, anunciou o tucano.

Integrante da CPI Mista da Petrobras, o deputado Izalci (DF) defendeu nesta quarta-feira (20) a apuração da denúncia de que a presidente da Petrobras, Graça Foster, e o ex-diretor da Área Internacional da companhia, Nestor Cerveró, doaram imóveis a parentes após a divulgação do escândalo sobre a refinaria de Pasadena (EUA).

De acordo com registros de cartórios obtidos pelo jornal “O Globo”, Foster doou em 20 de março como “reserva de usufruto” um apartamento em Rio Comprido a Flávia de Araújo, apontando Colin Foster como interveniente. No mesmo dia, ela fez o mesmo com um imóvel localizado na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. Em 10 de junho, Cerveró fez doações de três imóveis a filhos.

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 “Fica muito claro que eles já sabiam que poderiam ser condenados ou ter seus bens bloqueados”, disse o tucano. “No âmbito da CPMI, vamos pedir aos cartórios cópias das escrituras de transferência para caracterizar que foi uma atitude premeditada”, anunciou.

DEPOIMENTOS DO DIA – Na tarde de hoje, o parlamentar acompanhou os depoimentos de dois funcionários da estatal à comissão de inquérito: o gerente jurídico internacional Carlos Cesar Borromeu de Andrade e o gerente de Segurança Empresarial Pedro Aramis de Lima Arruda.

O primeiro foi prestar esclarecimentos sobre a disputa judicial entre a Petrobras e a empresa belga Astra Oil, que resultou na compra, pela estatal, da totalidade de Pasadena. Pedro Aramis explicou o trabalho da comissão interna que investigou a denúncia do esquema de pagamento de propina da empresa holandesa SBM Offshore a funcionários da companhia.

 Izalci apontou inconsistências nas declarações de Borromeu. “Parece um teatro. Cada vai adaptando o discurso em função dos acontecimentos”, avaliou. “Primeiro, ele disse que a Petrobras recorreu na justiça norte-americana por uma questão jurídica. Depois, sinalizou que o recurso era por uma questão econômica, que talvez recorrendo ia ficar mais barato para Petrobras”, completou.

 A respeito das explicações de Aramis, o tucano afirmou que a gerência de Segurança Empresarial da estatal realiza atividades meramente burocráticas. “Eles abrem apenas processos administrativos que não dão em nada”, criticou. “Acho que é um setor que, se tem como função apurar alguma coisa, não está fazendo o dever de casa. Pelo que vi e sei, esse setor não tem responsabilidade alguma de fazer qualquer apuração.”

 (Reportagem: Luciana Bezerra/ Foto: Alexssandro Loyola)

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20 agosto, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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